INTRODUÇÃO: A troca de via de administração dos antimicrobianos nos hospitais é comum e vários estudos fazem essa abordagem, porém são poucos os dados que definem essa troca em pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI). – OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi comparar a mortalidade e desfecho clínico de pacientes submetidos a terapia antimicrobiana oral em unidade de terapia intensiva através de um estudo clínico controlado randomizado. – MATERIAIS E MÉTODO: Através de análises clínicas prospectivas e da randomização, foram comparados dois grupos de pacientes acometidos por qualquer infecção e que tivesse o trato digestório funcionante, comparando-se a terapia intravenosa com a antibioticoterapia enteral, sejam elas guiadas por cultura ou empíricas. O desfecho primário foi a mortalidade, e secundários foram a resposta clínica e microbiológica. Dados clínicos e microbiológicos foram avaliados para comparação entre os grupos. – RESULTADOS: Foram incluídos 67 pacientes no grupo enteral e 60 no grupo parenteral. O tempo de permanência hospitalar dos pacientes que receberam a troca de via para enteral, foi menor que o grupo que continuou com o medicamento via endovenosa. As comorbidades mais frequentes, classificação da infecção, utilização empírica de antimicrobianos, duração de tratamento, quantidade dos dias de tratamento com antimicrobianos antes da randomização, mortalidade global e melhora clínica tiveram resultados parecidos em ambos os grupos. O sítio de infecção mais frequente nos grupos foi do trato respiratório e a única diferença foi na antibioticoterapia empregada. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode ser concluído que a partir desse estudo randomizado, não há diferenças clínicas de sobrevida quanto ao emprego de antimicrobianos enterais e orais em UTI.