INTRODUÇÃO: A identidade profissional integra aspectos que se desenvolveram desde a infância como valores familiares, espiritualidade, religiosidade e contexto aos valores da profissão. Assim, dilemas morais são frequentes, pois, a ética pessoal e a profissional podem entrar em constante conflito. – OBJETIVOS: Analisar os processos de formação da identidade profissional e moral dos estudantes no início do curso de Medicina. – MATERIAIS E MÉTODO: Realizou-se um extenso delineamento do processo de trabalho, desenvolveu-se pesquisa de campo, agendaram-se entrevistas e grupos foram organizados. Foram realizadas quatro entrevistas em grupos focais, ao todo, 117 minutos e 55 segundos de áudio foram gravados, após, todas as entrevistas foram transcritas e seu conteúdo foi armazenado. A análise seguiu o método de análise temática, seguido de análise posicional refinando e flexibilizando a análise de forma qualitativa. – RESULTADOS: O conteúdo das entrevistas foi organizado em 3 categorias. As categorias incluíram (A) Identidade profissional médica, (B) Facilitadores e Barreiras para a formação da identidade (C) O processo de formação e seu impacto na identidade pessoal. Dentre as categorias, criou-se 12 subtemas que se relacionam entre si. Os resultados delinearam discursos que passavam pelo cuidado e visão idealizada da medicina, além de processos críticos de práticas discriminatórias, de desengajamento moral, conflitos e perdas, autocobrança e um processo de anulação de si durante a formação médica. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Incluir a formação de uma identidade pessoal e profissional na formação exige que as universidades tenham um olhar voltado para além dos conteúdos. Se quisermos melhorar a formação, precisamos considerar que os estudantes estão em um processo de desenvolvimento e é importante dar espaço para debate dessas questões se quisermos egressos críticos, voltados para um cuidado humanístico e que consiga lidar com as demandas reais da prática clínica.