INTRODUÇÃO: A dor crônica representa um problema comum e complexo que tem impacto significante na sociedade e seus indivíduos, podendo causar incapacidade a longo prazo. Com o intuito de desenvolver planos de tratamento para a dor crônica e estratégias de prevenção, é essencial que o médico tenha conhecimento sobre o assunto e saiba como abordá-lo com seus pacientes. – OBJETIVOS: analisar o conhecimento de médicos acerca da dor crônica. – MATERIAIS E MÉTODO: foram utilizados os questionários KASRP (Questionário de conhecimento e atitudes acerca da dor) e QND revisado (Questionário Neurofisiológico de Dor) para mensurar o conhecimento de neurofisiologia, conhecimento e atitudes a respeito de dor crônica. O primeiro questionário, no entanto, ainda não é validado no Brasil. Assim, esta pesquisa visou, em uma primeira etapa, traduzi-lo e validá-lo para o português falado no Brasil para, em segunda fase, aplicá-lo. Os médicos foram recrutados pela metodologida de bola de neve. – RESULTADOS: O KASRP foi inicialmente traduzido pelos pesquisadores, enviado para retrotradução por um indivíduo nativo da língua inglesa e, após ajustes necessários realizados, a versão ajustada foi encaminhada para 11 médicos habituados a atender para pacientes com dor para avaliar o entendimento do instrumento em questão, sendo necessárias algumas adaptações. Após, essa versão foi respondida por 23 médicos para avaliar a aplicabilidade teste-reteste e consistência interna, sendo calculado o coeficiente alfa de Cronbach (0,86) e o coeficiente de correlação intraclasse (0,862) com intervalo de confiança de 95% variando de 0,675 a 0,942. Após, foi executada a segunda etapa da pesquisa em que 52 participantes responderam questionários sobre seu perfil, ao QND revisado e ao KARSP-BR validado. Dos 52 participantes, 11,5% (6 pessoas) obtiveram pontuação satisfatória para KARSP-BR e 67,3% (35 pessoas) atingiram os escores adequados do QND revisado. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi possível realizar a validação do KARSP com uma boa consistência interna e reprodutibilidade teste-reteste. Na amostra avaliada, observou-se, apesar do conhecimento da neurofisiologia da dor, os médicos apresentam dificuldades para aplicar os conhecimentos na prática, conforme evidenciado por um mal desempenho no KARSP. Dessa forma, é necessário melhorar o ensino da abordagem da dor na graduação e oferecer educação continuada.