Logo PUCPR

CONTRACEPÇÃO DURANTE A PANDEMIA COVID-19: O IMPACTO DO ISOLAMENTO SOCIAL NA ORIENTAÇÃO MÉDICA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE CURITIBA

RESUMO

INTRODUÇÃO: A orientação contraceptiva e o planejamento familiar fazem parte de recomendações da Organização Mundial de Saúde. Entretanto, com o aparecimento da pandemia COVID-19, das instaurações das medidas de isolamento social e lockdown e da concentração de recursos para o controle da doença, diversas instituições científicas mundiais realizaram projeções alarmantes, baseadas em situações de saúde mundial passadas, sobre as possíveis consequências da interrupção dos serviços de planejamento familiar e orientação contraceptiva. Apesar destes serviços serem considerados essenciais, foi previsto que durante a pandemia COVID-19 haveria um aumento não só da inacessibilidade a métodos contraceptivos, mas também do número de gestações. Na tentativa de diminuir a desatenção a esses serviços, a distribuição de contraceptivos de uso regular em maior quantidade, a adoção de LARCs como primeira linha e o uso da telemedicina foram recomendados. – OBJETIVOS: Avaliar se a pandemia do COVID-19 teve impacto no uso e manutenção de métodos contraceptivos pelas mulheres e na assistência médica ao planejamento familiar durante o período de isolamento social. – MATERIAIS E MÉTODO: Foi elaborado um questionário, para os médicos que trabalham com orientação contraceptiva e planejamento familiar no município de Curitiba, sobre suas percepções em relação: ao uso/manutenção/troca de métodos contraceptivos e seus motivos, ao número de gestações, à incidência de ISTs, ao prejuízo causado pela pandemia ao planejamento familiar e orientação contraceptiva e ao uso da telemedicina para esses serviços. Tudo isso em relação a 2 períodos, os 2 anos que antecederam a pandemia COVID-19 e durante a mesma. – RESULTADOS: Foram obtidas 45 respostas, sendo 32 válidas. Na percepção dos médicos, em relação aos 2 anos antes da pandemia, houve: um aumento de 20% na mudança/interrupção de método contraceptivo, com uma diminuição de 30% da participação dos médicos para tal decisão e um aumento de 10% na média de pacientes que buscavam LARCs, sendo esse, também, o método mais procurado. Entretanto, não foi percebido um aumento no número de gestações ou na incidência de ISTs. Ademais, 81,3% dos participantes consideraram que a pandemia COVID-19 foi prejudicial aos serviços de planejamento familiar e orientação contraceptiva. Além disso, mais de 56% dos participantes nunca utilizou a telemedicina para os serviços citados. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados apresentados estão, em parte, de acordo com as projeções e com a literatura: houve um aumento pela procura de LARCs e prejuízo, devido à COVID-19, aos serviços de planejamento familiar e orientação contraceptiva. Entretanto, não foi observado um aumento do número das gestações, como era previsto. Ademais, o prejuízo a estes serviços pode ser também relacionado a não utilização da telemedicina por mais da metade dos participantes. Por fim, são necessários estudos mais extensos para descobrir quais os reais impactos que a pandemia COVID-19 teve no planejamento familiar e na orientação contraceptiva, quais populações mais foram afetadas e quais devem ser as medidas reparadoras instauradas e protocolos criados para controlar os desfechos e preveni-los em outras situações de saúde mundial.

PALAVRAS-CHAVE:

orientação contraceptiva; planejamento familiar; COVID-19; isolamento social; telemedicina.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão E-Pôster:
(P4.2.8) Sessão Pôster: PIBIC – Ciências da Saúde (P.2) : 26/10 – 15h30 – 16h00 – Hall – Bloco Verde A10
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica no programa PIBIC da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

Compartilhe

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email