INTRODUÇÃO: Os estilos de aprendizagem propostos por David Kolb buscam categorizar a forma através da qual indivíduos processam a transformação das experiências em conhecimento. Para tal, as variáveis experiência concreta, observação reflexiva, conceitualização abstrata e experimentação ativa são aplicadas através de um questionário, que permite a formação de quatro grupos – Divergentes, Convergentes, Assimiladores e Acomodadores – cada qual com suas devidas características. A resiliência, por sua vez, é a capacidade individual para adaptar-se a situações adversas, sendo não apenas um pilar na manutenção da saúde mental como também um influenciador do processo de aprendizagem. Para fins práticos, a escala de resiliência Connor-Davidson (CD-RISC), que aborda através de 25 questões fatores de competência pessoal, confiança nos próprios instintos e tolerância à adversidade, aceitação positiva a mudança, controle e espiritualidade, é aplicada para uma estratificação da percepção sobre a resiliência individual, permitindo a sua monitorização. – OBJETIVOS: A presente pesquisa analisou a inter-relação dos estilos de aprendizagem de Kolb e do nível de resiliência de docentes da escola de medicina da PUCPR. – MATERIAIS E MÉTODO: Do corpo docente da PUCPR campus Curitiba, PR, 28 professores participaram da pesquisa através de um questionário anônimo, encaminhado através das plataformas institucionais, que coletou características individuais, além do resultado das escalas Kolb e CD-RISC. Foram critérios classificatórios estar devidamente empregado na escola de medicina da PUCPR como professor ou preceptor na vigência desta pesquisa, sendo excludente negar-se a participar da pesquisa ou não estar empregado na instituição. Foi realizada uma análise estatística que descreveu a média, desvio padrão, valor mínimo, valor máximo e as variáveis categóricas dos dados reunidos. – RESULTADOS: Não houve associação entre características pessoais com o estilo de aprendizado, mas observou-se que maior tempo de formação se correlata a maiores níveis de resiliência. Verificamos uma associação significativa entre professores com perfil Assimilador a níveis autorrelatados de resiliência menores, em contrapartida, professores com perfil Acomodador foram associados a níveis ótimos de resiliência. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados da pesquisa indicam que existe uma possível inter-relação entre o estilo de aprendizagem e o nível de resiliência de docentes, sendo fortemente recomendada a realização de novos projetos na área com o objetivo de identificar possíveis associações que possam fornecer suporte a professores com menores níveis de resiliência. Além disso, pesquisas longitudinais entre o corpo docente e discente podem indicar um nexo cronológico entre o estilo de aprendizagem daqueles envolvidos no ensino médico.