INTRODUÇÃO: O divertículo de Zenker (DZ) consiste em uma protusão da mucosa e/ou submucosa por entre as fibras horizontais dos músculos cricofaríngeo e as fibras transversais do músculo constrictor inferior da faringe, formando uma saculação. Apesar da baixa prevalência, da ordem de 0,01 a 0,11%, o DZ traz grandes repercussões clínicas para os portadores, podendo cursar com obstrução mecânica, disfagia progressiva, sangramento e, até mesmo, pneumonia aspirativa. O tratamento dessa condição é essencialmente cirúrgico e é recomendado para todos os pacientes sintomáticos e portadores de divertículos maiores que 1cm, devido ao risco de malignização para carcinoma de células escamosas. Modernamente, a técnica cirúrgica mais utilizada é a endoscópica, seja em sua forma rígida ou flexível. Apesar de sua superioridade técnica frente à técnica aberta, a septotomia endoscópica apresenta recorrência clínica da ordem de 18,4%. Frente a isso, aplicou-se a técnica POEM (Miotomia esofágica perioral) no tratamento do DZ, a determinada técnica Z-POEM. Apesar de sua crescente utilização prática, poucos foram os estudos que compararam tecnicamente as técnicas endoscópicas clássicas e essa nova abordagem. – OBJETIVOS: Diante disso, fez-se uma revisão sistemática nas plataformas PubMed e Medline, que avaliaram, por meio do protocolo PRISMA, 1261 artigos. Desses, 3 artigos retrospectivos e 2 prospectivos que comparavam diretamente a septotomia endoscópica e a miotomia por Z-POEM foram selecionados para uma metanálise. – MATERIAIS E MÉTODO: Em conjunto, esses artigos avaliaram 427 pacientes em 16 centros ao redor do mundo, sendo que, desses, 209 foram submetidos ao tratamento com Z-POEM. – RESULTADOS: Segundo análises estatísticas, conclui-se que o Z-POEM não apresenta diferenças técnicas frente à abordagem endoscópica, mas que a nova técnica apresenta menor incidência de efeitos adversos. Todavia, ainda faltam dados que acompanhem, a longo prazo, a recorrência clínica em pacientes submetidos a essa abordagem mais moderna. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar da abrangência dos estudos, faltam estudos clinicos randomizados duplo cegos que avaliem praticamente as duas intervenções, bem como acompanhem os pacientes a longo prazo, analisando possíveis recidivas.
