INTRODUÇÃO: Há poucos estudos no Brasil sobre o uso de antimicrobianos em pacientes em fim de vida que estão sob os cuidados de terapia intensiva. A retirada, o uso e o não uso de antibióticos em Cuidados Paliativos nesse cenário pode acarretar conflitos bioéticos associados ou não à insegurança dos profissionais responsáveis pela tomada de decisão. – OBJETIVOS: Analisar a percepção de profissionais da medicina, intensivistas, quanto à utilização dos antimicrobianos nos cuidados de fim de vida em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. – MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, analítico, com abordagem qualitativa. Utilizaram-se entrevistas individuais (com gravação em áudio) como método de coleta de dados a partir de um roteiro semiestruturado. A partir da análise dos dados dos depoimentos coletados e transcritos, foram identificadas categorias temáticas utilizadas para a elaboração do esquema de análise do problema de pesquisa a partir do método de análise de conteúdo de Bardin. – RESULTADOS: Este estudo demostrou que, a maioria dos vinte entrevistados, optam pelo uso do antimicrobiano em pacientes em fim de vida internados em UTI. A partir dos relatos foram levantados aspectos bioéticos relacionados a essa decisão, compondo seis categorias: beneficência x futilidade terapêutica; não maleficência; justiça; autonomia x paternalismo médico; incerteza moral e distresse moral. Assuntos de fim de vida e tomada de decisão são um desafio em qualquer sociedade, e traz questões importantes tanto para o âmbito do cuidado individual em saúde quanto para o domínio da saúde pública. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: É necessário aprofundar a discussão de Cuidados Paliativos no âmbito hospitalar, universidades e residências. Também, a criação de novas diretrizes de uso racional de antibióticos para pacientes em fim de vida internados em Unidades de Terapia Intensiva.