INTRODUÇÃO: A pesquisa visa abordar a temática do anticolonialismo, entendido como uma doutrina político-filosófica que visa tecer uma luta de libertação nacional, em um dos principais autores contemporâneos que desenvolvem uma reflexão a respeito: Frantz Fanon. – OBJETIVOS: A abordagem teórica desenvolvida ao longo da pesquisa visa examinar a forma em que na filosofia moderna, e em especial em Kant, haja resquícios de uma perspectiva colonial, a partir da pergunta, se para Kant em um Estado-Nação pleno e esclarecido, o tutelado pode romper sua tutelagem pelo uso da razão e ser um pleno cidadão universal, como se encaixa o não europeu. Ou melhor dizendo, “pode o colonizado pensar?”. . – MATERIAIS E MÉTODO: Esta pergunta norteadora envolve a necessidade de uma profunda investigação nas obras kantianas tal como Metafísica dos Costumes e Paz Perpétua, para tentar delimitar suas posições em torno do direito e dos sujeitos em suas particularidades. Assim como para uma crítica concreta e não autofágica, deve-se ter critérios bem estabelecidos, que são encontrados em Fanon, principalmente nas obras Pele Negras, Máscaras Brancas e Condenados da Terra, depois de uma consideração destes critérios, é preciso analisar o pensamento kantiano evitando um ataque aberto ao filósofo visando dilacerar o mesmo de maneira leviana, mas sim compreender suas limitações teóricas. – RESULTADOS: Kant aparece como um intérprete da ideia segundo a qual os sujeitos, só são livres quando rompem com seu primeiro estado animal, uma condição em que consistiria a felicidade dos povos originários. Esta ideia justifica a guerra e a coerção, inclusive em seu sentido pedagógico. De fato, para Kant, o que se estabelece é de que para a garantia da liberdade é justificável o uso da violência. Já Frantz Fanon, explica o como as culturas autóctones são engendradas pelo colonialismo, levando a uma profunda despersonalização, que só pode ser mediada e rompida, através de uma luta para que ali se construa uma libertação através da união do povo contra o agressor externo. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em conclusão, o projeto visa mostrar que, do ponto de vista kantiano e do da estrutura de republicanismo liberal que caracteriza o pensamento dele, o colonizado está em uma condição não-civilizada e nele não pertence a possibilidade de racionalidade, enquanto é somente em contato com os povos europeus que há uma ruptura. Nesse sentido a crítica fanoniana, que destaca o processo oposto, aponta para a possibilidade de libertação dos povos e nações oprimidas.
(O9.4) PIBIC Master – CCOMP, ECV, MEDVET, DIR, ARQUR, FILO : 27/10 – 10h30 – 12h00 – Auditório – Mario de Abreu