INTRODUÇÃO: A migrânea é uma doença que atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, representando 14,4% da população mundial. As mulheres são as mais acometidas e correspondem a 2/3 dos casos. O principal sintoma da migrânea é cefaleia, a qual é caracterizada por intensidade moderada a forte, de localização unilateral, caráter pulsátil e com alguma forma de incapacidade. A pandemia por pelo vírus SARS-CoV-2 impediu que muitos pacientes com migrânea fizessem um acompanhamento adequado da sua doença devido ao fechamento de diversos serviços e a sobrecarga do sistema de saúde. Da mesma forma, por diversos fatores psicossociais a pandemia foi gatilho para piora do padrão de cefaleia. O efeito da infecção viral pelo SARS-CoV-2 sobre pessoas com migrânea ainda foi pouco estudado e há diversas lacunas na sua compreensão. – OBJETIVOS: O objetivo do estudo foi avaliar o impacto da infecção pelo vírus SARS-CoV-2 em indivíduos com migrânea atendidos no ambulatório de cefaleia da PUCPR. – MATERIAIS E MÉTODO: Os participantes foram convidados a responder através da plataforma digital Google Formulários® a uma nova entrevista estruturada e aos mesmos questionários validados. Desta forma, será possível comparar parâmetros da migrânea, bem como de sintomas neuropsiquiátricos antes e após a infecção pelo vírus SARS-CoV-2. – RESULTADOS: 62 indivíduos responderam aos questionários, sendo estes 20 do sexo masculino e 42 do sexo feminino. Pacientes expostos ao COVID-19, embora não tenha tido necessidades imediatas de assistência médica, 10 pacientes tiveram complicações da infecção, dentre as citadas pelos indivíduos: perda de memória, tosse arrastada, dor de garganta, coriza, fraqueza, dispneia há mais de 1 mês, dores no corpo, retorno das crises de enxaqueca. 46 participantes do estudo tiveram cefaleia durante ou no início do isolamento, além de ter mudanças (ou não) do padrão de dor pós a infecção pelo SARS-CoV-2. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os estudos sobre a relação entre indivíduos os quais possuem migrânea e a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 são pouco explorados e muito recentes. Por isso, existem lacunas que devem ser estudadas para que haja compreensão sobre o assunto.