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INTERVENÇÃO DE AUTOGERENCIAMENTO DE DOR LOMBAR EM GRUPO REALIZADA DE FORMA REMOTA: ADAPTAÇÃO DO PROTOCOLO PARA A FORMA REMOTA E AVALIAÇÃO QUALITATIVA

RESUMO

INTRODUÇÃO: A lombalgia é uma das principais causas de incapacidade no mundo, apresentando má resposta ao tratamento farmacológico. Portanto, recomenda-se fornecer para o paciente ferramentas para o autogerenciamento da dor, sendo que intervenções baseadas na terapia cognitivo comportamental (TCC) são eficazes para este propósito. Porém, exigem presença semanal em períodos de 6 a 12 semanas, constituindo uma importante barreira. – OBJETIVOS: Adaptar, implementar e avaliar de forma qualitativa um protocolo de autogerenciamento de dor lombar crônica baseado na TCC, oferecido de forma remota e síncrona. – MATERIAIS E MÉTODO: O protocolo “Back Skills Training Program (BeST)” que se mostrou eficaz em estudos randomizados multicêntricos realizados na Inglaterra, foi traduzido e adaptado. Selecionaram-se pacientes com lombalgia crônica provenientes do ambulatório de dor crônica e ortopedia do Hospital Cajuru e por meio de um convite no Instagram. Os encontros ocorreram de forma remota e síncrona utilizando-se a plataforma Zoom. Foram orientados exercícios de alongamento e fortalecimento, entendimento da dor, identificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, benefícios da prática de atividade física, estabelecimento de metas, enfrentamento de recidivas, retomada de atividades. Para avaliar as percepções e comportamentos dos pacientes após a intervenção, utilizou-se a metodologia de análise do conteúdo. Para isso, realizaram-se entrevistas semiestruturadas, com perguntas norteadoras adaptadas de um questionário reflexivo validado para avaliar aprendizagem em outros contextos (Qual foi o conceito ou teoria ou ideia mais importante que você aprendeu durante os encontros? Por que esse conceito ou teoria ou ideia foi importante? Como você pretende aplicar o conhecimento de hoje em sua vida prática? Dê exemplos concretos). A escolha dessas perguntas norteadores justifica-se porque permitem avaliar que tipo de reflexões a participação nos encontros gerou nos pacientes. As entrevistas foram gravadas e transcritas. Em seguida, procedeu-se à análise do conteúdo, em busca dos principais temas emergentes. – RESULTADOS: Primeiramente foi feita a adaptação do protocolo BeST, traduzindo-o e adaptando seus 7 encontros presencias em 5 sessões remotas. Foram criados dois grupos de pacientes, sendo que para o primeiro 13 pacientes foram convidados e para o segundo, 19. Entretanto, apenas três completaram 70% ou mais dos encontros, considerado o mínimo necessário para obter resposta terapêutica. Destes, dois concordaram em participar da entrevista semiestruturada. A análise do conteúdo mostrou como principais temas emergentes a utilização de técnicas de distração da dor, novo entendimento da dor, autocuidado e crença de dor associada a lesão tecidual. Dentre os pacientes que não participaram, as principais justificativas foram não saber acessar a internet ou a plataforma Zoom e indisponibilidade de horário. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O protocolo BeST foi traduzido e adaptado, permitindo sua aplicação de forma remota. Entretanto, observou-se baixa adesão, tanto pelo baixo letramento digital quanto por indisponibilidade de horário. A análise individual dos pacientes que completaram 70% ou mais do protocolo mostrou que eles passaram a utilizar melhores estratégias de enfrentamento da dor como distração e autocuidado, embora um deles não tenha conseguido dissociar dor de lesão tecidual. Esses dados não podem ser extrapolados para outras populações devido ao pequeno tamanho da amostra estudada.

PALAVRAS-CHAVE:

dor lombar; terapia cognitivo comportamental; autogerencimanento.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade Iniciação Tecnológica Voluntária (ITV)
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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