INTRODUÇÃO: Os Sintomas de Trato Urinário Inferior (STUI) são comuns na população masculina acima de 50 anos e a sua avaliação não pode ser realizada somente com os sintomas, sendo o exame recomendado o estudo urodinâmico, que é invasivo e pode gerar hematúria e infecção do trato urinário. Uma alternativa é a Urofluxometria (UF), exame pouco invasivo e que auxilia na determinação da causa. O desenvolvimento de dispositivos portáteis para a realização do exame em ambiente domiciliar cresceu, entretanto, pelo alto custo e necessidade de treinamento, o presente estudo propõe uma ferramenta, de baixo custo e fácil utilização, que desempenha o papel similar à urofluxometria por meio de algoritmos de inteligência artificial. – OBJETIVOS: O estudo tem como objetivo propor um protocolo de gravação e armazenamento de áudios para a captação sonora de fluxo urinário. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram buscados estudos similares ao tema pesquisado a fim de determinar o estado da arte na comunidade científica para elencar as configurações e estratégias utilizadas, suas limitações e potencialidades. A pesquisa se deu principalmente em três áreas: protocolo de coleta, processamento e armazenamento. A definição do protocolo de coletas observou as considerações de estudos semelhantes, além de propor novos pontos de padronização com auxílio de um teste preliminar de coletas. Posteriormente à coleta, o processamento dos áudios coletados visa a extração de informações não relevantes ao estudo. O armazenamento dos dados, realizado de forma segura, determina o local de conservação dos dados e os requisitos para acesso. – RESULTADOS: A partir da busca de estudos de mesmo tema foi possível determinar conceitos e pontos importantes para o desenvolvimento do protocolo. Com a definição do protocolo de coletas, foi possível coletar áudios de 23 pacientes voluntários, porém 4 áudios (17,4%) tiveram ruídos identificados durante a micção e foram descartados da análise. Após inserir procedimentos de mitigação no protocolo, nenhum áudio foi gravado com tais ruídos. Foi determinada uma meta de 100 áudios a serem coletados, porém devido ao isolamento social e questões inerentes à coleta de dados de pacientes, somente 23% do total previsto foi coletado. O processamento dos áudios foi realizado de forma manual, conforme protocolo definido, sendo possível eliminar as partes indesejadas, anteriores e posteriores à micção. Durante o estudo 10 estuantes e orientadores acessaram o local de armazenamento com sucesso, não foram constatados acessos indevidos ou vazamento de dados. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O protocolo de coletas foi construído sendo possível coletar áudios de pacientes voluntários a fim de criar uma base de dados. Devido à dinamicidade, o protocolo deve se manter em constante atualização para suprir as novas demandas e desafios provenientes das coletas. Apesar de não atingir a meta definida de captura de áudios, o estudo se mostra promissor com a continuação das coletas e análises.