INTRODUÇÃO: A Pereskia aculeata Miller, conhecida por ora-pro-nobis (do latim, “rogai por nós”), é uma planta nativa da América Sul, incluindo o Brasil. Esta Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) ganhou maior destaque pelo seu alto valor nutricional devidos aos altos teores de proteína, ferro, cálcio, ácidos fólico e ascórbico, entre outros. Além disso, a busca por novas fontes alternativas de agentes antimicrobianos ganhou destaque na indústria de alimentos. Estudos prévios demonstram que extratos obtidos a partir das folhas da Pereskia aculeata Mill, em diferentes concentrações, apresentam ações antimicrobianas significativas, sendo mais ativos contra bactérias gram-positivas do que gram-negativas. – OBJETIVOS: Avaliar a capacidade antimicrobiana in vitro de extratos de ora-pro-nóbis frente a espécies bacterianas de importância em produtos cárneos. – MATERIAIS E MÉTODO: Os extratos de ora-pro-nobis foram obtidos a partir das suas folhas e caules secos e triturados. O solvente utilizado foi solução hidroalcóolica nas concentrações de 40, 50, 60 e 70% na proporção de 1:10. Essas misturas foram incubadas sob agitação de 100 rpm por 24 horas e em temperatura ambiente, foram submetidas a filtração a vácuo em seguida. O potencial antimicrobiano dos compostos bioativos presentes nos extratos foi testado frente a duas cepas de Escherichia coli (ATCC 25922 e O157:H7 02-0304), e duas de Salmonella, sendo uma delas a Salmonella Gallinarum (AL1138) e a outra Salmonella Typhimurium (ATCC 14028), todas pertencentes ao banco de cepas do LAPIAgro (Laboratório de Pesquisa e Inovação Agroalimentar) da PUCPR. O método utilizado para as análises foi o de disco-difusão em ágar. As quatro cepas foram testadas frente a diferentes concentrações do extrato em triplicata. – RESULTADOS: Para Escherichia coli (ATCC 25922) não houve formação de halo em nenhuma concentração. Para Escherichia coli (O157:H7 02-0304) foi possível observar a formação de pequenos halos ao redor dos discos, porém foi identificada a presença de colônias da bactéria dentro dos halos, também em todas as concentrações. Para a cepa de Salmonella Gallinarum (AL1138) foi observada a formação de um pequeno halo em uma das placas contendo o extrato 40% e ao redor dos discos contendo os apenas os extratos de 60 e 70%. Nas placas contendo Salmonella Typhimurium (ATCC 14028), pequenos halos foram observados ao redor apenas nos discos embebidos de extratos 40 e 50%. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: As quatro cepas analisadas foram resistentes aos extratos. Porém, pequenos halos foram observados ao redor de alguns discos o que pode apontar a existência de compostos com atividade biológica nas folhas de Pereskia aculeata. Para a obtenção de dados mais concretos, mais cepas de diferentes gêneros e espécies devem ser testadas, em conjunto com outras concentrações de extratos e por outras metodologias.
