INTRODUÇÃO: Ectima Contagioso (EC) é uma doença endêmica de caráter zoonótico, causada pelo vírus ORF (ORFv), que gera perdas significativas nos rebanhos ovinos devido à alta capacidade de reinfecção e prejuízos à saúde dos animais enfermos. As alternativas vacinais disponíveis são escassas ou mesmo inexistentes em certas regiões, e se mostram, em diversos casos, ineficazes ou oferecem risco aos animais imunizados. Considerando o destaque crescente obtido por vacinas recombinantes e a segurança por elas conferidas, seu desenvolvimento para a profilaxia do EC vem sendo explorado. – OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma vacina recombinante experimental contra o ORFv com capacidade terapêutica e profilática. – MATERIAIS E MÉTODO: Para tal, foram conduzidos processos de eletroporação para transformação bacteriana, inserindo os primers responsáveis pela produção da proteína GIF recombinante de interesse, realizado com bactérias Escherichia coli BL21; purificação das proteínas obtidas; Western blottings; revelações de membranas de nitrocelulose; ensaios imunoenzimáticos (ELISA) analisados por espectrofotometria; e diálises de proteínas e nanopartículas utilizadas na formulação do imunizante. Visando atestar a funcionalidade do imunobiológico produzido, foi realizada a vacinação intradérmica de 105 borregos com duas doses da vacina (200 µL e 400 µL). – RESULTADOS: Na análise dos resultados obtidos pelo ELISA, com amostras de sangue de borregos infectados antes da vacinação e a vacina experimental, os valores de absorbância variaram de 0,0707 a 0,1485, com média de 0,0932, indicando que a proteína desenvolvida possuía capacidade de reagir com os anticorpos produzidos por ovinos infectados pelo ORFv. Da mesma forma, a absorbância média das amostras de borregos vacinados com dose de 400 µL (0,00967) foi maior (p<0,05) que a média das amostras de borregos não vacinados (0,0783), demonstraram que o imunizante foi capaz de induzir uma resposta imunológica, promovendo a produção de anticorpos nas semanas seguintes à imunização. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O imunizante produzido se mostrou promissor, entretanto, análises de longa duração mais abrangentes, e com um maior número de amostras são necessárias para uma validação mais precisa dos resultados obtidos com relação à eficácia e capacidade de gerar memória celular pela vacina produzida.