INTRODUÇÃO: Com a consolidação da globalização e o desenvolvimento das TICs (tecnologias de informação e comunicação), processos mediados por interfaces digitais estão cada vez mais inerentes à sociedade. A dataficação da vida já é debate ao redor do mundo e os avanços tecnológicos proporcionaram diversas melhorias em nosso dia a dia, entretanto, junto com avanços, diversas problemáticas acompanham esta nova vida onde os dados estão em disputa acirrada entre governos, corporações e movimentos sociais. – OBJETIVOS: O objetivo deste relatório é compreender o panorama de estudos sobre o uso de dados e tecnologias digitais com foco especial nas periferias urbanas, buscando identificar como os elementos deste mundo dataficado são acessados e utilizados pelos sujeitos oriundos das periferias. – MATERIAIS E MÉTODO: Através do processo de bibliometria, o trabalho busca abrir uma discussão sobre quem são os principais autores e quais temas abordados neste campo. Além disso, talvez seja possível compreender as interfaces ontológicas entre tecnologias e periferias urbanas. – RESULTADOS: Foram analisados quinze artigos e os resultados apontam para uma escassez de produção voltada a interface entre ciência de dados, ativismo e periferias urbanas. Ao mesmo tempo, a bibliometria promove um panorama de análises científicas sobre o trabalho realizado por organizações e coletivos latinoamericanos através de tecnologias de informação e comunicação para a redução de desigualdades sociais e intervenções urbanas. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este trabalho consegue preencher algumas lacunas ao retratar as relações entre tecnologias e periferias, em contrapartida também abre outras discussões sobre o tema, se na introdução deste trabalho foram levantadas questões de como, e se chegam tais tecnologias nas periferias, os resultados encontrados são extremamente positivos a essa questão. A discussão que fica em aberto é, como o cidadão periférico pode construir sua cidadania digital em espaços onde mesmo infraestruturas básicas são negligenciadas pelo Estado?
