INTRODUÇÃO: Vigente a quase sessenta anos as diretrizes relacionadas aos eixos estruturais de Curitiba se mantêm, criando cenários como a distinta evolução dos eixos Norte e Sul ao longo do tempo, e sua consolidação com um padrão de ocupação mais próximo a modelos radiais de ocupação do que propriamente lineares. – OBJETIVOS: Neste contexto, tem-se por objetivo geral analisar as interfaces entre as dinâmicas urbanas e os processos de consolidação dos Eixos Estruturais Norte e Sul do município de Curitiba com vistas a discutir, criticamente, o alcance do zoneamento enquanto instrumento primordial de planejamento urbano. Para tanto, elencam-se como objetivos específicos: (i) compilar indicadores de padrão de renda, valor da terra e de infraestrutura urbana disponíveis no contexto espacial de estudo e (ii) Explorar relações explicativas entre os diferentes clusters de consolidação do uso e ocupação do solo em relação as variáveis de interesse. – MATERIAIS E MÉTODO: O recorte escolhido para este estudo consiste nos eixos estruturais Norte e Sul de Curitiba, justamente os dois eixos mais antigos e, em tese, com maior grau de consolidação na cidade. A partir do levantamento de dados de uso e ocupação do solo de 6.712 lotes, a pesquisa avança na consolidação de dados complementares que são cruzados por meio de técnicas de geoprocessamento, possibilitando alcançar o objetivo geral da pesquisa. – RESULTADOS: Cruzando-se os resultados espaciais percebe-se que há convergência entre os valores de coeficientes de aproveitamento e valor da terra, no qual áreas com um alto aproveitamento parecem responder por valores venais mais elevados. Percebe-se também um padrão de ocupação radial que parte do centro da cidade, contrapondo-se a esperada ocupação linear ao longo de todo o eixo. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Compreende-se assim, que as articulações entre adensamento urbano no setor Plano Massa e valor da terra e renda familiar, possuem uma interface não linear que se relaciona de forma complexa, estruturada por múltiplas variantes interligadas sinergicamente, nos fazendo questionar qualquer instrumento de planejamento urbano enquanto instrumento primordial e não flexível.