INTRODUÇÃO: As mulheres, em contexto geral, enfrentam uma avassaladora opressão, inseridas numa sociedade criada pelo e para o patriarcado. É evidente que a violência contra mulheres se torna, cada vez mais e felizmente, um assunto em pauta. Ao passo que o movimento feminista se expande, o tabu perde sua força, tornando visíveis os absurdos que sempre foram – apesar dos esforços patriarcais de nos convencer que o silêncio é a norma. – OBJETIVOS: O projeto de pesquisa intitulado “A luta por Direitos das mulheres Guarani” consiste na tentativa de analisar e entender as dificuldades enfrentadas pelas mulheres pertencentes aos povos originários brasileiros, estando essas acrescidas aos obstáculos que já enfrentam por serem mulheres. – MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, além da pesquisa bibliográfica, foi realizada entrevista para conhecer as vivências de uma mulher indígena. Através de conversas, as informações são obtidas e passam a fazer parte de um escopo de fatos que conhecemos como sendo a realidade da mulher indígena brasileira, acrescentando muito ao conhecimento encontrado em livros e artigos científicos. Tal método leva a pesquisa para além de seu papel meramente informativo, tornando-a importante para transformação social por meio do contato com histórias reais, que se mostram extremamente emotivas e auxiliam na humanização do problema da desigualdade. Partindo disso, o projeto aqui desenvolvido procurou combinar o conhecimento obtido por meio da oralidade indígena com aquele encontrado nos livros, para assim tornar mais completo e atualizado o banco de informações existentes sobre o assunto. Com isso, a seguinte investigação pretende analisar e entender quais são essas dificuldades enfrentadas e buscar uma maneira de resolução desses problemas por meio do Direito. – RESULTADOS: As mulheres Kaiowá e Guarani se reúnem com o objetivo de conquistar sua emancipação, utilizando de muita coragem para mudar suas vidas e as vidas daquelas que estão por vir. Com crenças e contextos diferentes do feminismo ocidental, o feminismo indígena é composto por diversas formas de resistências contra muitas violências que nem sempre se vêem. São práticas consideradas complexas, pois, no processo de lutar contra a modernidade hegemônica, essas lideranças têm o interesse específico das mulheres e o interesse geral de suas comunidades. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: No decorrer do processo de pesquisa, foi possível concluir que muitos obstáculos são colocados entre a mulher indígena e o Direito, dificultando seu acesso. Isso significa que a inclusão desses grupos ao ordenamento jurídico vai além da adesão de seus direitos no texto constitucional, sendo necessário romper diversas barreiras para garantir sua eficiência e aplicação. Surge, como consideração final diante do exposto, a reflexão de que, dentro de uma luta exausta de tentativas de se efetivar, há caminhos que – não por acaso – não foram tomados e que já não se pode mais ignorar.