INTRODUÇÃO: Por meio da investigação crítica a respeito do surgimento do Patriarcado, suas manifestações diversas ao longo da história e sua importação aos territórios colonizados como um sistema ocidental de dominação baseado no estabelecimento de hierarquias sexuais, pensadoras ao redor do globo refazem passos históricos em suas produções no intuito de explicar como se deu o controle público dos corpos das mulheres e a razão pela qual a subalternização feminina persiste. É a partir desse panorama que o presente estudo se estrutura, amparando-se, principalmente, sob dois pilares: A teoria feminista e a epistemologia decolonial, que compõem a literatura selecionada para fundamentação teórica. – OBJETIVOS: O objetivo buscado é compreender, a partir da interlocução entre ambos, o modo com que no Brasil as variadas ocorrências de violências contra a mulher interagem com a colonialidade – ou seja, com o cenário naturalizado de persistência da herança colonial e escravocrata e de suas estruturas de poder. – MATERIAIS E MÉTODO: Utilizando o método dialógico, estuda-se como esse somatório de violações ao longo da vida em razão do ser mulher resulta em um processo de alienação de si – denominado como morte simbólica – A partir de então elucida-se os resultados obtidos, tendo em vista que estabelecidos os devidos paralelos entre o sexo e variáveis outras, constata-se que a exposição a violências ao longo da vida é intensificada no contato entre o patriarcado contemporâneo e a colonialidade operante no Brasil. – RESULTADOS: Ademais, mobilizando dados referentes ao feminicídio, às violências domésticas e sexuais, às duplas jornadas de trabalho, à insegurança alimentar e ao desemprego considera-se que, historicamente, a crise é uma constante na vida de mulheres e meninas. Com exceção dos homicídios cometidos em razão da condição de mulher – que totalizaram 1.341 óbitos no ano de 2021 no Brasil –, os demais indicativos não demonstram crimes ou condições que resultam na interrupção biológica da vida. Todavia, exprimem como a humanidade é retirada das mulheres, o que interfere diretamente na negligência perpetuada contra as mesmas, que compõe mais da metade da população do país e inviabiliza a manutenção digna da vida. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: As causas de luta das mulheres são plurais, perpassam o direito ao aborto legal e seguro, a real representatividade na política e a preservação da vida de filhos e netos assassinados em decorrência da guerra às drogas e à periferia. Também se luta pela garantia ao mínimo existencial e a vida digna que apesar de assegurada na Constituição do país, é mera teoria para a grande parte da população que passa fome ou integra os dados de insegurança alimentar.