INTRODUÇÃO: O tema da pesquisa é a inserção dos feminismos no conceito de agroecologia e o direito à soberania alimentar no Brasil. Durante o período de colonização da América Latina pelos europeus houve grande influência de ideais patriarcais, capitalistas e racistas, de modo que, no estudo da construção histórica, social e cultural do Brasil, torna-se imperativo o reconhecimento desta influência, inclusive no que diz respeito à utilização da terra – tanto em sua origem, como atualmente – e sua relação com o direito humano à soberania alimentar. Atualmente, este contexto encontra-se em dualidade no Brasil, em contrapartida às monoculturas, enraizadas na ideia de plantio, safra e desenvolvimento econômico, realizada por grandes fazendeiros latifundiários; está a agricultura familiar, na qual a terra é respeitada através das poli-culturas. Neste cenário, a mulher passa a ter um papel fundamental para o sustento da família, embora muitas vezes negligenciado, por isso é necessário debater a so-berania alimentar e a agroecologia sob um viés feminista. – OBJETIVOS: O objetivo geral desta pesquisa é compreender a influência dos feminismos na agroecologia e no direito à soberania alimentar no Brasil, através de uma análise bibliográfica direcionada para considerar influência de ideais patriarcais, capitalistas e racistas impostos aos povos originários, pelos colonizadores. – MATERIAIS E MÉTODO: A partir das bases teóricas da pesquisa, realizar um estudo a partir dos eventos protagonizados por mulheres camponesas que vivem na produção agroecológica e disseminam seus conhecimentos entre os povos, indispensável para dar concretude à proposta inicial e confirmar a existência do problema. Uma verdadeira pesquisa-ação quanto a esses movimentos de mulheres do campo em defesa da natureza e dos povos. Ainda, através da participação nos estudos e nas palestras oferecidas e pro-movidas pelo Grupo de Pesquisa “Meio ambiente: sociedades tradicionais e socie-dade hegemônica” do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUCPR, é possí-vel uma imersão nos temas abordados neste artigo, através de discussões e da ob-servação de outros pesquisadores. – RESULTADOS: As revisões de bibliografia proporcionaram a compreensão dos conceitos de sobe-rania alimentar e agroecologia e a importância da temática no contexto atual da so-ciedade, principalmente no que tange à garantia do direito humano e fundamental de soberania alimentar; além de trazer um olhar mais amplo em relação às atitudes políticas e legislativas que estão em busca de concretizar a efetividade do direito, em especial práticas que proporcionam o reconhecimento das funções da mulher no meio dos agroecossistemas em que se inserem, buscando reafirmar o “trabalho duro” delas para prover a alimentação em suas residências, movimentando, tam-bém, a economia. O que reflete diretamente na ideia do feminismo decolonial, fa-zendo-se necessária uma visão interseccional das ideias feministas ao analisar tan-to povos originários, quanto povos rurais. O capitalismo moderno, por mais que inse-rido nesses contextos, não foi neles principiado, e sim a eles impostos, em especial quando se analisa a divisão sexual e internacional do trabalho, fundada sob precei-tos racistas e machistas. De mesmo modo, ao analisar, nos moldes interseccionais, a influência das mulheres na agricultura, principalmente na agroecologia e na bus-ca da garantia da soberania alimentar. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: