INTRODUÇÃO: O surgimento da pandemia causada pela COVID-19 trouxe mudanças rápidas e inesperadas para a vida de todos ao redor do planeta. Neste momento, os profissionais de saúde se destacaram por estarem na linha de frente do combate à pandemia. Diante de um contexto de estresse, falta de materiais de proteção e estruturas de atendimento precárias, surge a necessidade de realização do coping positivo, ou seja, estratégias que forneçam um efeito benéfico para o indivíduo. – OBJETIVOS: O objetivo da pesquisa é identificar nas narrativas as relações entre espiritualidade/religiosidade no enfrentamento da COVID-19, analisadas a partir das teorias de Coping Religioso-Espiritual (Escala CRE), de Conflitos Espirituais (ECE) e de Apego a Deus elaboradas por teóricos da área das ciências da religião, além de compreender quais são as necessidades espirituais e religiosas deste grupo para que se possa prover um cuidado de saúde bio-psico-social-espiritual. – MATERIAIS E MÉTODO: Como metodologia, utilizou-se a abordagem fenomenológica, a partir da aplicação de uma entrevista fenomenológica semi-estruturada composta por quatro perguntas, realizada com 10 profissionais da saúde que atuaram durante a pandemia, não necessariamente na linha de frente. Além disso, dados quantitativos coletados pelo grupo de Espiritualidade e Saúde da PUCPR, também foram usados para comparação de resultados. – RESULTADOS: A análise dos dados foi feita a partir das teorias que suportam as escalas de Coping, Conflitos Espirituais e Apego a Deus. As narrativas dos profissionais que se declararam religiosos confirmaram as hipóteses de que a religião/espiritualidade são recursos úteis, válidos e que geram, em sua maioria, o processo de coping positivo, ou seja, que oferece benefícios ao sujeito. Além disso, evidenciou as dificuldades de atuação nessa área, principalmente no que se diz respeito ao contato constante com o sofrimento humano e a dificuldade em lidar diariamente com a dor alheia. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: De maneira geral, os resultados encontrados foram de encontro ou então trouxeram complementos às bases teóricas estudadas. As questões relatadas nas narrativas também abrem espaço para novos temas de pesquisa, como diferentes estilos de coping apresentados por pessoas pertencentes a religiões diferentes, a possível tendência de uma busca espiritual e não religiosa, além de entender qual o impacto causado pelas redes sociais em momentos de desastres e doenças.
