INTRODUÇÃO: Uma das questões mais importantes na atualidade, mas que remonta desde os tempos mais primitivos, gira em torno do conceito de pessoa, o modo como é possível definir esse conceito estritamente ligado a autocompreensão do homem sobre si, está relacionada a uma das grandes questões existenciais: “Quem sou ou quem somos?”, sendo a base para as demais interrogações do ser humano. – OBJETIVOS: A pretensão do projeto de pesquisa, é compreender o conceito de pessoa no pensamento de Peter Singer, como referência sua obra Ética Prática e suas consequências práticas para a bioética especial, especialmente as implicações morais desse conceito para as pesquisas com células embrionárias. – MATERIAIS E MÉTODO: Na pesquisa estão foram utilizados dicionários, artigos científicos compilados em livros, atas de assembleia compiladas em livro e livros que discorrem sobre o conceito de pessoa e a relação a partir desse conceito na pesquisa com células embrionárias, todas essas obras localizadas nas áreas de filosofia e bioética. A metodologia empregada consiste primeiramente em compreender o modelo ético seguido pelo autor da obra referencial; depois, procurou-se compreender o conceito de pessoa apresentado na obra e o posicionamento do autor sobre o tema; então outros autores foram consultados para corroborar ou contrastar o pensamento do autor sobre o conceito de pessoa e sua aplicação no tema; finalmente, depois de cotejadas as teorias, elaborou-se a conclusão sobre a plausibilidade da aplicação do conceito utilitarista singeriano de pessoa na pesquisa com células embrionárias. – RESULTADOS: O conceito de pessoa de Singer, que engloba os indivíduos da espécie humana ou de outras espécies que são dotados de indicadores de humanidade\pessoa, excluindo todos aqueles que nele não se enquadram, mostra que as células embrionárias, que não são pessoas, podem não ser tratados como tais. Isso pode para apontar uma abertura de Singer para as pesquisas com células embrionárias, como Renata Oliveira afirmou, pois ele mesmo considera que: “[..] as leis que limitam a experimentação destrutiva com embriões até os primeiros catorze dias de vida são desnecessariamente restritivas”. Sendo assim, não é imoral então, utilizando o conceito de Singer de pessoa, que não se aplica aos embriões, utilizá-los para pesquisas. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Certamente muitos encontram e encontrarão no conceito de pessoa de Peter Singer, um fundamento ético para se apoiarem em sua defesa e incentivo da utilização das células embrionária, e um contra-argumento forte para rebater aqueles que se opõe a essa prática por motivos pessoais ligados a uma concepção tradicional.