INTRODUÇÃO: A obra de arte e o artista muitas vezes serviram de pano de fundo para que psicanalistas abordassem os conceitos psicanalíticos. Tanto o artista, quanto o psicanalista, abrem frestas no que constitui o mundo dos sintomas, tornando novos sentidos e novas imagens uma vertente em meio às lógicas de significação já instituídas. – OBJETIVOS: Pelo estudo do que concerne ao protagonista de Morte e Vida Severina, objetiva-se ilustrar a diferenciação do luto e da melancolia, verificando a função do objeto a na sintomatologia do luto e da depressão e a potencialidade que a falta e o vazio têm sobre o sujeito. – MATERIAIS E MÉTODO: Esta é uma pesquisa de revisão bibliográfica que parte dos escritos de Freud e Lacan e é conduzida pela perspectiva da perda na obra de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina. Para a coleta de informações da literatura relativa ao tema, expandiu-se a análise dos textos dos autores base para capítulos e artigos de comentadores da área que facilitassem a compreensão dos conceitos e vinculassem as ideias das obras principais. – RESULTADOS: Além das semelhanças de sintomatologia, é possível verificar a semelhança naquilo que faz seu desencadeamento. Em muitos casos tanto a melancolia como o luto constituem uma reação frente a perda de um ente querido, ou a perda de natureza mais ideal. A diferença encontra-se no melancólico estar à mercê do objeto a, esse que liga-se a falta necessária em que o sujeito se constitui frente ao mundo. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como um processo de análise, a jornada de Severino também produz lutos quanto a quem se foi para o outro. Na instância em que a perda vira falta, apontando para a própria falta estrutural, é que surge o poder para que o sujeito possa se vincular a novos objetos.