INTRODUÇÃO: Ao implementar medidas para abolir qualquer forma de opressão, como a fome, o racismo ou a violência contra pessoas com deficiência, visando ao grupo como um todo, ou “pessoas” com deficiência como uma classe única, sem identificar a materialidade singular da vivências de mulheres, acaba-se por sustentar um conceito “neutro quanto ao gênero”. As mulheres com deficiência, além de sofrerem a violência perpetuada pela sociedade patriarcal contra todas as mulheres por seu potencial reprodutivo presumido, são atingidas também por atos de uma sociedade capacitista que as enxerga como “seres defeituosos” e utiliza de mecanismos distintos para oprimi-las. – OBJETIVOS: Deste modo a pesquisa tem como objetivo descrever e analisar etnograficamente as vivências de mulheres com deficiência durante a pandemia de COVID-19. Assim como investigar de que forma a pandemia impactou a saúde mental e o bem-estar social de mulheres com deficiência e identificar as barreiras psicossociais e fatores sociais e culturais discriminatórios enfrentados por mulheres com deficiência. – MATERIAIS E MÉTODO: Considerando-se tratar de uma pesquisa qualitativa, amparou-se em métodos de coleta de dados como estudo de caso, método bibliográfico, entrevista e observação participante. Realizou-se pesquisa etnográfica com pesquisa de campo, com o objetivo de coletar dados qualitativos, a fim de identificar, analisar e descrever vivências e experiências das mulheres com deficiência. – RESULTADOS: O projeto iniciou com leituras e fichamentos para adquirir uma maior compreensão de pesquisas etnográficas e análise de dados qualitativos, passando para leituras sobre mulheres com deficiência, violência contra mulheres com deficiência, interseccionalidade, cuidado e interdependência. Posteriormente foram entrevistadas mulheres com deficiência. O estudo etnográfico das vivências de mulheres com deficiência durante a pandemia de COVID-19, teve uma amostragem pequena e apresentou contextos e impactos distintos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: As análises indicam que, de fato, a violência contra a mulher com deficiência perpassa a história dessas mulheres de forma singular, não podendo ser equiparada às vivências de homens com deficiência ou de mulheres sem deficiência.