INTRODUÇÃO: No final de 2019, começaram a ser registrado na China vários casos de pneumonia que resultaram em morte, sendo relacionadas com um novo coronavírus. Esse novo vírus rapidamente se propagou, em março de 2020 foi declarada a pandemia. Com isso, ocorreu a necessidade em escala de urgência da criação de vacinas. Para atender à necessidade emergencial de imunização da população contra COVID-19, foi desenvolvido um novo paradigma que inclui a execução das etapas de produção do imunizante de maneira paralela, ou seja, antes da confirmação de sucesso da etapa anterior. – OBJETIVOS: Cientes da situação de anormalidade em que vivemos nos últimos anos, a presente pesquisa procura esclarecer, utilizando de uma revisão sistemática e a luz do pensamento de Hans Jonas, se é justo que uma parte da população suporte os riscos submetendo-se aos testes necessários no rastreio de uma vacina eficaz e segura contra COVID-19? Seria possível justificar essas atitudes em escalas éticas “normais”? Qual deve ser os requisitos éticos que guia essas experimentações?. – MATERIAIS E MÉTODO: Avaliamos o caráter de emergência da COVID-19, utilizando da metodologia de revisão sistemática por permitir estudos observacionais retrospectivos e análise crítica da literatura. A principal obra estudada para embasamento filosófico foi “Técnica, medicina e ética” do pensador Hans Jonas. – RESULTADOS: É possível perceber com a coleta de dados que a pandemia da COVID-19 é uma emergência de saúde pública global, e perante a filosofia jonasiana, conseguimos responder as questões levantadas no estudo. Ainda foi possível reconhecer alertas feitos pelo filósofo sobre o rumo que a ciência está tomando e sugestões sobre como tornar mais ético os estudos em sujeitos humanos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: As atitudes tomadas durante o período pandêmico são eticamente justificadas pela transética dos momentos de extrema necessidade. Porém, de acordo com Hans Jonas: “No momento da ação toda liberdade tem suas barreiras na responsabilidade, na lei e em considerações sociais, portanto, jamais é incondicional” (JONAS, 2013).
