INTRODUÇÃO: A pesquisa consiste em uma reconstrução e problematização do conceito de hábito nas suas perspectivas fenomenológicas, assim como nos seus desdobramentos contemporâneos. Esta problematização leva até uma reflexão geral sobre a estrutura das prestações da consciência e, ainda mais, a uma reflexão geral sobre o ́quem ́ subjetividade, envolvendo uma compreensão da estrutura pratico-teórica, e por assim dizer corporificada, da razão rumo a uma superação e a uma averiguação da teoria critica e transcendental da subjetividade, junto com as implicações praticas e que esta superação leva consigo. – OBJETIVOS: Em função de uma avaliação critica das concepções modernas da subjetividade, a pesquisa visou demostrar como o sujeito, muito mais do que ser identificável com um eu puro e absoluto, seja identificável com uma estrutura dinâmica caraterizada pela constante interação e pela continua tensão com o contexto concreto em que se forma. – MATERIAIS E MÉTODO: A retomada, e a transformação da reflexão moderna sobre o hábito nas indagações da fenomenologia oferece os instrumentos necessários para entender a formação de um conceito de subjetividade como unidade dinâmica entre alma e corpo e leva, como aparece claro na fenomenologia genêtica husserliana (Analises sobre as sínteses ativa e passiva) e na reflexão de Merlau- ponty (Fenomenologia da percepção), a uma ideia de sujeito como unidade dinâmica de alma e corpo. Isto permite voltar a refletir sobre a estrutura da racionalidade moderna, não mais como espontaneidade pura, mas sim em termos de interação psicofísica. – RESULTADOS: A pesquisa, portanto, levou a dois resultados fundamentais: 1. Uma reconstrução ampla e minuciosa do problema do hábito e da segunda natureza em dois autores da fenomenologia e como chave para reflexão não Ingénua sobre a subjetividade. 2. Do ponto de vista teórico, a pesquisa permitiu alcançar, através de uma comparação entre a concepção hegeliana do hábito e a e da fenomenologia merleaupontiana, um modelo teórico que permita investigar, de forma interdisciplinar, o problema da habilidade nas atuações práticas do individuo, contribuindo às discussões sobre os conceitos de habilidade (skill) e comportamento habilidoso, o que será investigado em pesquisas futuras. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A problematização do conceito de habito na fenomenologia permite entender a subjetividade, não como um eu absoluto e desligado do mundo, mas como processo e dinamica de constituição de si mesmo em intereção com o ambiente circundante.