INTRODUÇÃO: Durante sua trajetória filosófica, Schopenhauer enfatizou seu apreço pela sabedoria e cultura indiana, notabilizando em seus escritos os conceitos metafísicos e ontológicos que caracterizam os Vedas. Destacou a obra Upaniṣads, que, segundo ele, seria o presente mais precioso do século, o livro mais comovente e relevante que se tem no mundo. Afirmou que esta obra foi capaz de revelar o fundamento metafísico da ética, baseado na fórmula tat tvam asi “isso és tu”. – OBJETIVOS: O objetivo desta pesquisa é a busca da compreensão sobre como, para Schopenhauer, a fórmula sânscrita tat tvam asi expressa o conhecimento imediato e intuitivo da identidade metafísica de todos os seres e como tal conhecimento promove consequências à compaixão (fórmulas tat tvam asi e Véu de Māyā seriam consideradas como modo de agir) e à negação da vontade de vida (caminho da redenção como negação da vontade de vida (ascese). – MATERIAIS E MÉTODO: Os materiais utilizados foram os escritos filosóficos de Arthur Schopenhauer e demais textos sobre a temática da influência da cultura indiana acerca do pensamento do filósofo em questão. Analisando em que passagens Schopenhauer faz o uso do termo tat tvam asi. A metodologia consiste em uma análise contextual das passagens do autor. – RESULTADOS: Para chegar ao alcance das ideias que vão para além da razão, Schopenhauer demonstra dois extremos: a compaixão – se caracteriza como um fundamento de justiça e caridade, onde a fórmula tat tvam asi é usada para explicar a verdade da moralidade – e a negação da vontade de vida. A fórmula sânscrita, no entanto, tem como propósito promover a inquietação e abertura do estado pessoal para o altruísmo. “isso és tu”, uma visão metafísica dos seres, onde a consideração do indivíduo é sobreposta pelo todo. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sua doutrina ética, influenciou Vivekananda, um líder espiritual indiano, um porta voz da ressignificação da moral hindu. Consciente dos limites da racionalidade e do conhecimento abstrato, Schopenhauer procurou traduzir verdades intuitivas em conceitos. O filósofo alemão argumenta que sua linha de pensamento não pretende responder a todas as questões, pois compreende os limites do pensamento abstrato.