INTRODUÇÃO: O desidérium evolutivo intrínseco à condição humana expressa-se na contemporaneidade através da metodologia de refinamento genômico. A técnica CRISPR-Cas9 fundamenta-se na possibilidade de edição do DNA a partir da localização, clivagem e degradação de genes específicos, além de inserir características seletas. A finalidade desse procedimento viabiliza mutações de células patológicas e da linha germinal. Analogamente, possibilita-se a incorporação tecnológica do CRISPR-Cas9 na renovação do ser Homo sapiens ao revitalizá-lo como um “super-humano”. Fator que permite reflexões a respeito de sua validação bioética e de sua possível imposição como um novo ideal de normalidade. – OBJETIVOS: Analisar a metodologia científica do CRISPR- Cas9, suas contribuições para a evolução humana e limites bioéticos ao desenvolvimento de uma normalidade pós-humanista. – MATERIAIS E MÉTODO: A partir da busca, leitura e análise dos temas propostos, realizou-se a revisão bibliográfica, discussão e assimilação da relação direta que os temas apresentam. Nesse sentido, efetivou-se uma pesquisa a qual abordou ciências humanas e biológicas no intuito de melhor esclarecimento e ampliação dos conhecimentos adquiridos. Pesquisou-se nas bases de dados por meio das palavras-chave: “Crispr-cas9”, “melhoramento biotecnológico”, “transumanismo”, “bioconservadores”. – RESULTADOS: Os avanços biotecnológicos configuram benefícios imensuráveis à humanidade, e em especial na área da saúde. Nesse sentido, o exercício da ciência responsável permeia as discussões éticas intrínsecas ao contexto vivenciado. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se uma ambivalência clara entre os benefícios do CRISPR-Cas9 e os receios sobre as consequências futuras. Entretanto, limitar de forma total os avanços da tecnociência não se configura como a melhor alternativa. Deve-se valorizar o exercício da ciência responsável e consciente que considere não apenas os anseios econômicos e individuais, mas também os sociais, éticos e morais.