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FUNÇÕES EXECUTIVAS PÓS COVID-19

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os primeiros sintomas da infecção pelo SARS-VoV-2 incluíam tosse, febre e falta de ar. Com o tempo, foi-se percebendo mudanças também neurológicas, psicológicas e psiquiátricas causadas pelo vírus. As funções executivas são um conjunto de funções complexas envolvidas no controle de processos superiores como resolução de problemas, planejamento, flexibilidade cognitiva, estabelecimento de metas, entre outros. Estudos têm mostrado a relação entre o novo vírus e prejuízos nessas funções. Assim, faz-se necessário um estudo mais aprofundado sobre esses possíveis impactos. – OBJETIVOS: Identificar os componentes das funções executivas prejudicas de pacientes infectados por SARS-CoV-2 e relacionar o prejuízo executivo com variáveis demográficas e clínicas. – MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo prospectivo, observacional, longitudinal, quantitativo e experimental. Participaram dessa pesquisa 60 voluntários atendidos no Centro de Simulação Clínicas da PUCPR, Foram incluídos indivíduos com mais de 18 anos e com diagnóstico de COVID-19 comprovado pelo teste de PCR-RT. Cada voluntário foi avaliado durante 45 minutos com os instrumentos neuropsicológicos: Fluência Verbal – FAR/Animais, Teste de Trilhas A/B, Spam de Dígitos e Teste dos Cinco Pontos. – RESULTADOS: A idade média da amostra foi de 49.53 anos e 41.7% dos participantes eram do sexo masculino. No total, 73.3% dos pacientes foram encaminhados para UTI, com uma média de permanência de 50 dias. Em relação às sequelas, 71.7% relataram dispneia e 55.6% fadiga. Além disso, a mediana do IMC contínuo da amostra foi de 31.45, sendo que 64% tinham algum grau de obesidade. Em relação aos aspectos cognitivos, a escolaridade foi significativa no Teste de Fluência Verbal – FAR (p=0.049), no Teste de Dígitos Indireto (p=0.028) e no Teste dos Cinco Pontos (p=0.000). A idade foi significativa no Teste dos Cinco Pontos (p=0.003) e no Teste de Dígitos Indireto (p=0.002). No Teste dos Cinco Pontos, observou-se um menor escore associado ao uso de um maior número de medicamentos de uso contínuo (p=0.034). O número de sintomas na fase aguda do COVID-19 foi relacionado com um menor escore no Teste de Dígitos Indireto (p=0.022), além de estar relacionado com um maior escore no Teste de Trilhas B (p=0.033). Por fim, um maior valor do IMC contínuo foi relacionado com menor escore no Teste de Fluência Semântica. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foram identificadas alterações nas funções executivas principalmente relacionadas à idade e escolaridade. Além disso, o uso de medicamentos contínuos, a quantidade de sintomas na fase aguda da infecção e um alto valor de IMC contínuo foram relacionados aos prejuízos cognitivos. Em relação às variáveis demográficas e clínicas, considera-se um fator preocupante o fato de a amostra ter sido composta por uma população jovem e grande parte ter sido admitido na UTI com uma permanência longa. Ademais, o alto valor do IMC e a presença de diabetes e hipertensão foram predominantes, bem como a persistência de sintomas crônicos de dispneia e fadiga.

PALAVRAS-CHAVE:

cognição; funções executivas; COVID-19; SARS-CoV-2.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão E-Pôster:
(P4.2.8) Sessão Pôster: PIBIC – Ciências da Saúde (P.2) : 26/10 – 15h30 – 16h00 – Hall – Bloco Verde B16
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos da PUCPR
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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