INTRODUÇÃO: A preocupação com a preservação do ambiente e descarte de resíduos cada vez mais presente nas discussões globais, teve início a partir da segunda metade do século XX, com o aumento da produção de resíduos devido a modificação do processo produtivo mundial. O descarte de resíduos sólidos é regularmente descuidado pela população em geral, desconhecedora de sua responsabilidade bem como dos riscos à saúde pública e ambiental. Com a pandemia do COVID-19, essa realidade se ampliou, gerando um acréscimo de 15% a 25% de resíduos sólidos residenciais, especialmente em decorrência do descarte de equipamentos de proteção individual (EPIs). – OBJETIVOS: Identificar o nível de conhecimento referente a destinação dos RSS por estudantes da área de saúde de uma universidade do sul do Brasil. Verificar a percepção dos estudantes da área da saúde sobre o impacto ambiental do descarte de RSS; Identificar o nível de conhecimento sobre a legislação referente ao descarte de RSS. – MATERIAIS E MÉTODO: Este estudo apresenta uma abordagem quantitativa e qualitativa, descritiva, exploratória e de caráter transversal, abrangendo estudantes da área de saúde, conduzida a partir da aplicação de instrumento de avaliação sobre o descarte de RSSS, adaptado a plataforma FORMS, contendo questões fechadas abordando os seguintes aspectos relativos ao descarte de EPIs. – RESULTADOS: Dentre os participantes do estudo, 73% afirmaram apresentar bom conhecimento da legislação referente ao descarte de RSS. Paradoxalmente, observou-se que para a mesma questão, ou seja, conhecimento referente à legislação, 50,7% concordaram total e parcialmente com a afirmativa, mostrando uma inconsistência me relação ao domínio da legislação. Em relação ao aumento na produção de resíduos de saúde 85,1% dos respondentes concordaram total e parcialmente com a afirmativa, demostrando nitidamente a percepção de maior quantidade e resíduo de saúde em decorrência da pandemia. Dentre os participantes do estudo, 97% reconhecem os EPIs como resíduos de serviços de saúde, e 56,7% classificaram adequadamente os EPIs. Em relação ao impacto ambiental desencadeado pelo descarte de EPIs, 86,6% afirmaram que as máscaras descartáveis não podem ser recicladas, porém 13,4% acreditam na possibilidade de reciclagem. Em relação ao descarte de luvas de látex, a totalidade dos respondem afirmou ter este procedimento impacto negativo sobre o ambiente, e 89,6% afirmaram não ser adequado o descarte de luvas de látex no lixo orgânico. Em relação ao descarte de máscaras, 98,5% dos respondentes consideram que o descarte inadequado possa trazer consequência ambientais, e 85,8% não consideram correto o descarte no lixo orgânico. Ainda, em relação às máscaras, 95,5% dos participantes reconhecem a máscara descartável como possível agente contaminante e 74,6% consideram ou uso da máscara de tecido (reutilizável) como uma alternativa de menor impacto ambiental. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pelo presente estudol verificou-se que um percentualconsiderável dos participantes apresenta domínio sobre as questões relativas ao descarte de RSS, porém,ainda existe uma lacuna em relação ao domínio da legislação que rege o descrate de RSS. Com vistas ao esclarecimento e a busca pela formação integral de profissionais, sugere-se a ampla divulgação dos aspectos legais relativos ao descarte de RSS, de forma integrada e multidisciplinar.
