INTRODUÇÃO: O trauma dentário é uma lesão de origem acidental ou intencional, onde uma força mecânica supera a resistência dos tecidos, com variação em intensidade, extensão e gravidade1,2,7. É a segunda maior causa de atendimento odontológico, perdendo apenas para a cárie2,3. E em alguns casos o dano pode ser irreparável e afetar psicológico, social e esteticamente o indivíduo1,2. Este tipo de lesão é mais comum em indivíduos do sexo masculino, na infância ou adolescência, principalmente devido a práticas mais ativas e intensas em jogos e esportes, sem o uso de protetor bucal1,2,3,11. Porém, também pode estar associada a agressões, acidentes automobilísticos, queda de bicicleta, acidentes motociclísticos e atropelamentos3,4. Além de questões comportamentais e ambientais, algumas características físicas do indivíduo podem ser consideradas fatores de risco para o trauma dentoalveolar, como o overjet acentuado e a incompetência labial, comumente presentes em indivíduos com maloclusão Classe II, 1ª divisão de Angle1-7. O incisivo central superior é o dente mais acometido, seguido do incisivo lateral superior e incisivo central inferior2,3,10,11 O trauma dentário, dependendo da severidade, necessita de um tratamento multidisciplinar e seu prognóstico é, muitas vezes, duvidoso9. – OBJETIVOS: Este trabalho teve como objetivo avaliar a relação de traumatismo de pelo menos um incisivo superior em jovens brasileiros, com 12 anos de idade, segundo a região. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil, 2010), nas faixas etárias de 12 anos, de ambos os sexos, de todos os tipos raciais e de classes sociais, das diferentes regiões brasileiras, totalizando uma amostra de 12.054 indivíduos, que ao aplicar a variável peso disponibilizada no banco de dados obtém-se uma expansão da amostra para o Brasil de 9.337.149 indivíduos. A partir dos dados da base estudada, considerando as diferentes variáveis independentes descritas, criou-se o Modelo Log Linear de Poisson visando obter as razões de prevalência. – RESULTADOS: Dos 1.901.507 indivíduos incluídos nesse trabalho 48,7% são do sexo masculino e 51,5% do sexo feminino.Nas cinco macrorregiões Brasileiras estudadas 20,5%dos examinados tiveram alguma lesão traumática em um dos dentes incisivos com 12 anos. 16,5% dos entrevistados tiverem fratura de esmalte, que foi a lesão mais acometida, com maior porcentagem na região Norte sendo 21,8% e a menor 14,7% no Sudeste. Já a fratura de esmalte e dentina 3,7% dos examinados tiveram, sendo maior acometimento no Nordeste 4,2% e respectivamente a menor no Sul sendo 2,8%. Apenas 0,2% dos examinados tiveram fratura de esmalte e dentina envolvendo exposição pulpar, teve maior porcentagem no Sul sendo 0,6% e a menor no Sudeste.A ausência dentaria devido ao trauma foi de apenas 0,1% tendo maior impacto no Nordeste sendo 0,3% e a menor no Sul. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se concluir que em indivíduos de 12 anos a fratura de esmalte foi o trauma mais acometido, porem não foram observadas diferenças significativas entre as regiões brasileiras.