INTRODUÇÃO: A profilaxia pré-exposição (PrEP), recomendada para populações-chave, consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). – OBJETIVOS: O objetivo geral do estudo foi avaliar potenciais alterações de condições bucais e salivares de pacientes em uso da profilaxia pré-exposição ao HIV, tendo por objetivo específico a avaliação do paladar dos usuários da PrEP em um seguimento de 130 dias. – MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizado um estudo observacional e prospectivo. Xerostomia, paladar, taxa de fluxo salivar estimulado (SSFR) e concentrações salivares de cálcio, glicose, ureia e proteínas totais foram avaliadas. Os dados obtidos foram analisados por meio de testes estatísticos (p0,05), exceto para a concentração salivar de cálcio, que aumentou em T2 comparado a T1 (p=0,02). Houve diferença significativa entre paladar e xerostomia em T1 (p=0,017). Não houve diferença significativa entre as variáveis da avaliação do paladar nos diferentes tempos (p>0,05), porém os valores da subescala sabores básicos (T0=1,04±0,29; T1=1,16±0,64; T2=1,11±0,48); subescala desconforto (T0=1,54±0,55; T1=1,62±0,91; T2=1,37±0,41); subescala falso paladar (T0=1,03±0,15; T1=1,08±0,31; T2=1,05±0,24) e CiTAS final (T0=4,78±0,86; T1=5,14±1,78, T2=4,59±0,68) indicaram uma tendência de piora do paladar no intervalo I (n=30), que se refere aos dias transcorridos de T0 a T1, com média de 34,24 (±2,87; 25-108) dias. Após cerca de 100 dias os valores foram semelhantes ao estágio anterior ao uso da medicação. O intervalo II (n=17) refere-se aos dias transcorridos de T1 a T2 com média de 99,56 (±3,68; 80-126) dias. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O uso prolongado da PrEP parece estar associado a relatos de boca seca e uma tendência de piora da autopercepção do paladar após uma média de 34 dias do uso inicial da PrEP, possivelmente associados ao aumento da concentração salivar de cálcio.
