INTRODUÇÃO: O transplante hepático é o tratamento padrão das doenças de estágio terminal do fígado e sua insuficiência aguda. Garante sobrevida e melhora no prognóstico dos pacientes acometidos. Consequentemente, houve aumento exponencial no número de pacientes listados para o transplante, ao passo que o número de doadores persistiu, tornando-se evidente a mortalidade associada. A adoção de parâmetros na seleção desses pacientes culminou com o desenvolvimento de escores prognósticos. O MELD é o escore mais utilizado. Usa a a priorização dos pacientes mais doentes e que mais necessitam do enxerto. Embora seja bom preditor de mortalidade na fila de espera, não estima a sobrevida no pós-transplante. Sendo assim, modelos mais complexos e detalhados foram elaborados de forma a prever a sobrevivência do enxerto e do paciente após o transplante. D-MELD é o mais simples e estratifica à beira-leito o prognóstico no pós-transplante. Já o Índice de Risco do Doador (Donor Risk Index), DRI, é baseado em sete variáveis do doador, servindo como um indicador útil quanto à qualidade do órgão. Por outro lado, o SOFT, é capaz de prever a sobrevida pós-transplante de 3 meses, sendo o mais preciso, atualmente, nesse quesito. Uma variação dele, P- SOFT, foi igualmente projetado para avaliar a sobrevida, entretanto, com a intenção de pesar as variáveis no pré-operatório. O mais recente, BAR, constituído por seis fortes preditores da sobrevida, sendo cinco do receptor, possui a vantagem de ser objetivo e prontamente disponível no momento da alocação. Sabe-se que a sobrevida dos pacientes transplantados está relacionada às variáveis do doador, do receptor e da cirurgia. A aplicabilidade de modelos preditores da sobrevida no pós- transplante tornou-se uma questão de grande importância, posto que o equilíbrio entre a gravidade da doença e os resultados previstos podem garantir benefícios quanto à sobrevivência desses pacientes. – OBJETIVOS: Comparar escores prognósticos, juntamente à análise dos desfechos clínicos dos pacientes submetidos ao transplante hepático no ano de 2020 no Hospital Angelina Caron. – MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo de análise retrospectiva, cuja amostra foi composta por 37 pacientes que realizaram transplante hepático no Hospital Angelina Caron, entre as datas de 03/06/2020 e 29/12/20 e com acompanhamento médico durante o ano de 2021. – RESULTADOS: Os escores SOFT e P-SOFT se demonstraram válidos como preditores de trombose portal (p = < 0,001). Enquanto os demais escores não apresentaram significância estatística no prognóstico de sobrevida, ou de desfechos subsequentes, possivelmente em decorrência de limitação da amostra analisada. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em conclusão, através desse estudo, não foi possível demonstrar uma associação significativa entre a relação dos cinco escores prognósticos com a sobrevida no pós-transplante. Entretanto, resultou sugestiva associação entre SOFT e P-SOFT quando analisados frente ao desfecho de trombose portal.