INTRODUÇÃO: O novo coronavírus, identificado pela primeira vez em pacientes com pneumonia em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, foi denominado SARS-CoV-2 e a patologia causada por esse agente foi nomeada de doença do coronavírus 2019 (COVID-19). A pandemia causada pelo novo coronavírus, surgiu associada a formas graves de pneumonia, com alto poder de transmissão. Diversos estudos evidenciaram uma associação entre COVID-19 e sintomas quimiossensoriais, como disfunção olfatória e disgeusia. – OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de cada um dos distúrbios olfativos, nomeadamente: Anosmia, Hiposmia, Cacosmia, Parosmia e Fantosmia, e fatores a eles associados em pacientes que buscaram atendimento em hospital de referência de otorrinolaringologia no período Pós-COVID-19. – MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal de análise de prontuário de pacientes que buscaram atendimento ambulatorial em hospital de referência de otorrinolaringologia no período Pós-COVID-19 entre junho de 2020 a setembro de 2021. A extração das informações dos campos de texto livre foi realizada por meios de leitura e análise qualitativa, direcionada para o preenchimento dos dados das variáveis de interesse. Avaliou-se a associação da presença de alguma queixa ou distúrbio olfativo e do tipo de distúrbio com idade, sexo, severidade da COVID-19 aguda, tempo de diagnóstico da COVID-19 e distúrbios de paladar concomitantes. – RESULTADOS: Do total de consultas médicas ambulatoriais realizado entre 01 de julho de 2020 e 30 de setembro de 2021 em um hospital de referência, 40709 compuseram a população elegível e acessível deste estudo. Destes foram excluídas 39379 consultas, sendo consideradas para o presente estudo 1330 consultas a pacientes que buscaram atendimento. Os pacientes tinham idade média de 41,9 ± 13,3 anos, com predomínio do sexo feminino (58,1%). A taxa de prevalência de distúrbios olfativos entre os pacientes que buscaram atendimento em período pós-COVID foi de 38,6%. Dentre os distúrbios olfativos especificados, a hiposmia foi a mais prevalente. Identificou-se que distúrbios de olfato estão direta e significativamente associados aos de paladar e pacientes com anosmia apresentam uma proporção significativamente maior de distúrbios de paladar que pacientes com hiposmia e estes mostraram-se associados aos demais distúrbios. Na comparação entre os tipos de distúrbios olfatórios a anosmia é também a com maior média de idade dos pacientes. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados do presente estudo demonstram que a presença de queixas e distúrbios olfativos está associada à menor idade, a quadros leves e moderado da COVID-19 aguda e a disturbios do paladar concomitantes, o que corrobora coma literatura vigente.