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PARTO VAGINAL APÓS A REALIZAÇÃO DE CIRURGIA INTRA-UTERINA PARA CORREÇÃO DE MIELOMENINGOCELE

RESUMO

INTRODUÇÃO: A mielomeningocele (MMC), forma mais comum de espinha bífida, trata-se de uma anomalia congênita do sistema nervoso central, decorrente do não fechamento dos arcos vertebrais posteriores, caracterizada pela protrusão da medula espinhal em um saco cheio de líquido cefalorraquidiano. Nesse contexto, houve desenvolvimento de um ensaio clínico randomizado, denominado Management of Myelomeningocele Study (MOMs), que comparou o fechamento pré-natal do defeito da MMC com o reparo pós natal, demonstrando melhor prognóstico dos fetos submetidos à cirurgia intrauterina aberta ainda que com os riscos citados acima. Esse projeto trata especificamente da cirurgia fetal a céu aberto, padrão-ouro para o tratamento da MMC, que, apesar de melhor prognóstico, apresenta índices significantes de morbimortalidade materna, com incidência de 13% de parto antes de completar 30 semanas de idade gestacional e afinamento ou deiscência de cicatriz uterina em mais de um terço das mulheres participantes do MOMs. – OBJETIVOS: O projeto tem como objetivo verificar a possibilidade de realização e a incidência de parto vaginal em gestantes que foram submetidas à cirurgia fetal de fechamento de MMC a céu aberto, analisando possíveis complicações nas puérperas e em seus recém-nascidos. – MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi realizada através de estudo retrospectivo de 56 cirurgias pré-natais de correção de MMC a céu aberto por um grupo de profissionais que realiza este procedimento no Paraná e em Santa Catarina. Os dados foram obtidos por meio de consulta ao prontuário das pacientes e a técnica cirúrgica utilizada em todos os casos foi o da mini-histerotomia, Das 56 pacientes submetidas à cirurgia intrauterina para correção de MMC pelo grupo, apenas três evoluíram para parto vaginal, preenchendo o critério de inclusão da pesquisa. Os prontuários foram disponibilizados com a autorização de dois hospitais em Curitiba, PR e um de Blumenau/SC, seguindo normas de sigilo que asseguram privacidade e anonimato das gestantes participantes do estudo. – RESULTADOS: A amostra do estudo consiste em três pacientes submetidas à cirurgia intrauterina que evoluíram para parto vaginal. A opção por realização desse tipo de parto foi definida pelo médico obstetra que assistia a paciente no momento do trabalho de parto. Todas as pacientes foram admitidas na maternidade durante a 1ª fase do trabalho de parto, optado pelos respectivos obstetras por aguardar a evolução para parto vaginal. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Não há na literatura casos em que a paciente submetida à cirurgia de correção intrauterina de MMC concomitante ao nascimento por parto vaginal, sendo uma possibilidade em casos selecionados. Apesar da limitação deste estudo no que diz respeito ao seu número de participantes, houve a correção da MMC seguida de parto vaginal nas três pacientes em questão. A técnica cirúrgica empregada mostra-se eficaz no que diz respeito à correção da MMC, além de amenizar suas consequências clínicas, sociais e econômicas. Ademais, torna-se necessário maior número de relatos e publicações acerca do tema, visto que a literatura ainda é escassa no que diz respeito a realização de parto vaginal após qualquer procedimento cirúrgico uterino, especialmente a cirurgia fetal.

PALAVRAS-CHAVE:

meningomielocele; diagnóstico intrauterino; ruptura uterina; parto normal; malformações congênitas.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica no programa PIBIC da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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