INTRODUÇÃO: Desde o começo de 2020, a pandemia causada pelo víruso SARS-CoV-2 (COVID-19) se tornou um desafio emergencial para o manejo clínico dos pacientes infectados ao redor do mundo. Com o aumento da sua relevância no cenário atual, nota-se também uma crescente preocupação com relação à terapêutica a ser adotada nas complicações decorrentes dessa doença. Tendo em vista este contexto, presume-se a existência de um perfil epidemiológico de pacientes COVID-19 que estão mais propensos a desenvolver tromboembolismo dentro do ambiente hospitalar. Tal identificação pode auxiliar numa melhor estratificação de risco e servir como suporte científico para instituir precocemente uma monitorização rigorosa e, ainda, incentivar o desenvolvimento de terapias de anticoagulação mais apropriadas para esta população. Espera-se, com isso, contribuir para a prevenção de complicações tromboembólicas e redução da gravidade destes pacientes durante o internamento. – OBJETIVOS: O objetivo do presente estudo é investigar a existência de um perfil epidemiológico de pacientes internados pela infecção por COVID-19 e que possuem uma predisposição maior para complicações tromboembólicas em hospitais terciários de Curitiba, PR. – MATERIAIS E MÉTODO: Pesquisa observacional prospectiva e quantitativa, onde foram avaliados dados objetivos de sexo, idade, raça, comorbidades, medicamentos de uso contínuo, tempo de internamento, necessidade de Ventilação Mecânica Invasiva, além de dados antropométricos e laboratoriais. Foram analisados, por meio de prontuários eletrônicos, pacientes internados com diagnóstico de COVID-19 que tiveram ou não complicações tromboembólicas, entre março de 2020 e março de 2022, nos hospitais Marcelino Champagnat e Cajuru, Curitiba, PR. – RESULTADOS: Com base na metodologia da Curva ROC, determinamos que o valor de corte ideal para o D-Dímero foi de 5181ng/mL para a ocorrência de TEV, obtendo uma área sob a curva de 0,68. A sensibilidade encontrada para o exame foi de 55,1% com especificidade de 83,1%. O valor preditivo positivo encontrado foi de 49,1% e o valor preditivo negativo foi de 86,2%. Quanto às razões de verossimilhança (RV), observou uma RV positiva de 3.267 e uma RV negativa de 0.54. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Obtivemos um valor de D-Dímero maior para a suspeita de TEV do que aquele habitualmente utilizado em pacientes com COVID-19. Porém, não foram encontradas diferenças significativas de TEV e D-Dímero como marcadores de mortalidade. Obtivemos um valor de D-Dímero maior para a suspeita de TEV do que aquele habitualmente utilizado em pacientes com COVID-19. Porém, não foram encontradas diferenças significativas de TEV e D-Dímero como marcadores de mortalidade.