INTRODUÇÃO: A catarata é um distúrbio ocular causado pela opacificação do cristalino, podendo ser congênita ou adquirida. É a causa de cegueira reversível mais prevalente mundialmente, sendo responsável por 20 milhões dos casos de incapacidade visual bilateral no mundo, caracterizando um problema de saúde pública. Sabe-se que a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para evitar não só cegueira causada pela catarata, mas também os danos na qualidade de vida do paciente. – OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes portadores de catarata que foram submetidos à cirurgia em serviço de oftalmologia na cidade de Curitiba- PR no ano de 2022, além de correlacionar os achados do serviço e compará-los com a literatura, notando o tempo de sintomas, uso de corticoide dos pacientes, comorbidades e acuidade visual pré-operatória. – MATERIAIS E MÉTODO: Após detalhado exame físico e anamnese oftalmológicos, os dados foram acessados no prontuário eletrônico via Sistema Clinic do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO). Estes são referentes a pacientes submetidos à cirurgia de catarata em 2022. Os seguintes dados foram coletados: sexo, idade, comorbidades (Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica), se já fez uso de corticoide por mais de 10 dias, se há histórico de trauma ocular, tempo de sintomas e acuidade visual antes da cirurgia. – RESULTADOS: Foram avaliados 210 pacientes submetidos à cirurgia de catarata. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (55,7%), na faixa etária entre 71 e 80 anos (41,9%), com hipertensão arterial sistêmica (56,2%), tempo de sintomas pré-operatório entre 1 e 2 anos (34,3%). Além disso, a maioria dos pacientes possuía a visão quase normal (41%), categoria retratada pelo teste de Snellen entre 20/32 e 20/63. Não foi identificada associação significativa do sexo, da idade, da presença de Diabetes Mellitus e do uso de corticoide com os níveis de acuidade visual. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A presença de hipertensão arterial sistêmica está associada ao a nível de acuidade visual pré-operatória, com valor de “p”=0,014 no teste qui-quadrado. Sendo, 26,3% dos hipertensos apresentaram visão baixa severa, enquanto apenas 14,1% dos não hipertensos apresentaram tal classificação.
