INTRODUÇÃO: O Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica caracterizada por defeitos fisiopatológicos que determinam elevação dos níveis glicêmicos. O controle adequado da glicemia é necessário e é realizado com base na hemoglobina glicada (HbA1c), exame padrão ouro. – OBJETIVOS: Este projeto objetivou avaliar o perfil dos pacientes atendidos por teleconsultoria especializada e os efeitos da intervenção no controle metabólico do DM2. – MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo pragmático que avalia um banco de dados de um projeto de intervenção com teleconsultas compartilhadas realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba, PR. Todas as análises foram realizadas com o software SPSS® versão 25. – RESULTADOS: 45 pacientes de 6 Unidades Básicas de Saúde localizadas em distritos sanitários distintos foram incluídos no estudo. 24 são do sexo feminino e 21 do sexo masculino. 15 pacientes haviam tido consulta prévia com profissional endocrinologista. 19 dos 45 pacientes receberam avaliação dos pés previamente ao estudo, sendo que 2 possuem neuropatia e 1 necessitou de amputação. 26 pacientes não tiveram seus pés avaliados. 6 pacientes do estudo são tabagistas e 8 apresentam doença cardiovascular. A idade média foi de 52 anos e o tempo médio em anos do diagnóstico do DM2 foi de 9. Sobre os medicamentos de uso prévio, 35 pacientes usavam insulina, 38 metformina, 5 glibenclamida, 9 gliclazida e 2 outros antidiabéticos orais (ADO). – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O perfil dos pacientes era de alto risco para desenvolver complicações crônicas relacionadas ao diabetes, com tempo longo de diagnóstico (mais de 9 anos), quando a incidência de complicações micro e macrovasculares são maiores e com IMC limítrofe entre sobrepeso e obesidade. Apesar deste perfil a maioria nunca tinha sido assistido por um endocrinologista, que reforça a importância do DM como doença do escopo da APS. Entre as complicações crônicas nosso estudo demonstra, de acordo com a literatura mundial, que a avaliação dos pés, apesar de não necessitar qualquer avaliação laboratorial é a mais negligenciada. O tratamento mais prevalente dentre os pacientes foi com o uso de metformina e de insulina, que são os medicamentos disponíveis no SUS. Conclui-se que o perfil dos pacientes com DM 2 de difícil controle atendidos em APS tem alta complexidade clínica e a avaliação e assistência compartilhada por teleconsulta com endocrinologista representar um avanço na atenção à saúde dos pacientes do SUS.