INTRODUÇÃO: A artrite reumatoide é a artrite autoimune mais comum, com prevalência global de 1%. Seu tratamento de 1ª linha é o metotrexato, uma droga modificadora do curso da doença e dentre seus efeitos adversos encontra-se a fibrose hepática. O padrão ouro para a detecção da fibrose hepática é a biopsia, porém é um exame invasivo. Neste sentido, a elastografia tem sido utilizada para a detecção deste agravo, porém é um exame ainda pouco disponível. Por outro lado, o Fibrosis 4 (FIB4) avalia o risco de fibrose combinando idade, valores de alanina-amino transferase (ALT), aspartato-aminotransferase (AST) e plaquetas, constituindo uma forma barata e amplamente disponível. Entretanto, não se sabe se há concordância entre o FIB4 e a elastografia para avaliar o risco de fibrose hepática em pacientes com artrite reumatoide em uso de metotrexate. – OBJETIVOS: Avaliar a concordância entre o FIB4 e a elastografia para estratificação do risco de fibrose hepática em pacientes com artrite reumatoide em uso de uso de metotrexate. – MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estuo observacional transversal avaliando pacientes com artrite reumatoide em uso de metotrexato em seguimento no ambulatório de reumatologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. Avaliou-se a partir dos prontuários variáveis demográficas e clínicas, como medicamentos em uso, presença de comorbidades e hábitos de vida, TGO, TGP e plaquetas. Na sequência, mediu- se a circunferência da cintura, pressão arterial e realizou-se de elastografia hepática, revisão de prontuário e exames laboratoriais. – RESULTADOS: avaliaram-se 25 pacientes, sendo a maioria do gênero feminino, média de idade de 56 anos, duração de doença de cerca de 8 anos, baixa atividade de doença e dose cumulativa de metotrexato de 6,95 g. Pouco mais de um terço dos pacientes estava em uso de imunobiológico e a principal comorbidade encontrada foi hipertensão arterial. Não se observou relação entre gênero, atividade de doença, dose acumulada de metotrexate, uso de leflunomide, presença de diabete mellitus, dislipidemia, síndrome metabólica, circunferência abdominal e índice de massa corpórea com fibrose hepática avaliada pela elastografia. Ao combinar-se os pacientes com risco baixo e intermediário em um único grupo, o FIB4 mostrou alta especificidade (81%) e valor preditivo negativo para fibrose hepática (89,5%) quando a elastografia foi considerada o padrão ouro. Entretanto, a concordância entre estes exames foi leve (0,26). – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O FIB4 mostrando baixo/intermediário risco possui alta especificidade e alto valor preditivo negativo para fibrose hepática. Dessa forma, pacientes com FIB4 baixo e moderado poderiam não necessitar da elastografia para excluir fibrose hepática, porém, devido ao baixo coeficiente de concordância, é necessário aumentar a amostra para confirmar este resultado.