INTRODUÇÃO: Os compósitos combinados de matérias degradáveis com matérias poliméricas são alvo de estudos ao longo dos últimos anos, em razão dos grandes problemas ambientais envolvendo a reutilização dos plásticos acumulados no meio ambiente e seu descarte correto em paralelo com a geração de resíduos agrícolas. – OBJETIVOS: O presente projeto tem como objetivo incorporar nanocristais de resíduo celulósico de sabugo de milho verde e maduro em PET (Politereftalato de etileno) regenerado para a formação de compósitos. – MATERIAIS E MÉTODO: Os materiais utilizados foram o sabugo de milho verde, sabugo de milho seco, garrafa feita de PET. A obtenção dos nanocristais de celulose foi realizada por meio de processos de purificação (NaOH), branqueamento (NaOH; NaClO2; CH3COOH) e hidrólise ácida (H2SO4). Em seguida, o material foi dialisado por 4 dias até pH neutro, e a suspensão foi condicionada a um tratamento em ultrassom. A produção dos compósitos foi realizada utilizando a técnica de secagem por evaporação do solvente (casting), dispersando a suspensão de nanocristais, na matriz polimérica PET. Os materiais obtidos foram caracterizados por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), estabilidade em solventes (água deionizada e cloreto de sódio 0,1M) e espessura. Ao início do processo foi feito a moagem do sabugo de milho, usando o moinho de trituração, logo após foi feita a trituração no liquidificador para chegar ao aspecto de pó. Após essa etapa foi realizada a purificação do sabugo de milho em solução de NaOH 2%. – RESULTADOS: As etapas de purificação e obtenção dos nanocristais foram obtidas com sucesso. Por outro lado, foi verificado pouca interação da celulose com a matriz polimérica de PET. As membranas produzidas apresentaram características diferentes de acordo com a amostra. A amostra submetida somente ao tratamento com hidróxido de sódio 2% se apresentou maleável, homogênea e estável à manipulação. A membrana constituída de celulose de sabugo de milho que passou pelo sonicador também se mostrou maleável e homogênea, com a espessura mais fina (0,26 mm); por outro lado, a membrana constituída de celulose e PET se mostrou totalmente quebradiça evidenciando a falta de interação dos nanocristais de celulose e a matriz polimérica de PET com uma espessura mais grossa, em média de 1,04 mm. Das membranas testadas frente aos diferentes solventes, aquelas produzidas a partir dos nanocristais de celulose sozinhas e sonicadas se mantiveram estáveis por mais de um mês. A amostra obtida a partir do compósito, desmanchou ao primeiro contato com os solventes. Em relação às imagens de MEV, foi possível verificar a presença de nanofibrilas que variam de 26 a 39 nm nas membranas obtidas após sonicação e no compósito com PET. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo sobre quaisquer compósitos que envolvam matrizes poliméricas são importantes, devido a questões ambientais. Levando em consideração que a membrana de nanocristais de celulose apresentou um bom resultado, pode-se considerar abranger o estudo de compósitos de aplicação desses nanomateriais incorporados a outras matrizes poliméricas.