INTRODUÇÃO: A cólica equina é uma das principais causas de mortalidade da espécie. Sua principal consequência é a dor abdominal, tornando assim a severidade da dor o foco de muitas pesquisas. Estudos clínicos correlacionaram o nível de dor do animal com a complexidade do caso e consequentemente o tratamento aplicado, como por exemplo, a intervenção cirúrgica (casos severos) ou intervenção medicamentosa somente (intervenção moderada). Entretanto, por mais que existem vários métodos de avaliação de dor em equinos, estes métodos possuem limitações e necessitam de experiência do avaliador com a espécie, tornando-se inviáveis sua aplicação na rotina veterinária. Assim, foram criadas formas de avaliação do nível de dor por meio de análises de expressões faciais, trazendo vantagens em sua aplicabilidade. O Horse Grimace Scale (HGS) gera um escore a partir da avaliação das Unidades de Ação Facial (UAFs) como: inclinação de orelhas, tensão orbitária, tensão supra orbital, proeminência do musculo mastigatório, pronunciamento de narinas, e queixo com manifestação de achatamento de perfil. – OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho é correlacionar o desfecho do caso de cólica equina com a avaliação da expressão facial, observadas através do método HGS. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram avaliados 11 vídeos de cavalos diagnosticados com a síndrome cólica. A duração de cada vídeo foi de 30 segundos com a câmera posicionada a aproximadamente 1,5m de distância, 1,5m de altura e perpendicularmente em relação a cabeça no animal. Os equinos foram divididos de acordo com seu tratamento, possuindo assim diferentes desfechos (com intervenção clínica, utilizando medicações e sonda nasogástrica ou intervenção cirúrgica). Cada vídeo foi analisado por 3 avaliadores previamente treinados, e cada um gerou um escore de três pontos (0 = não presente, 1 = moderadamente presente, 2 = obviamente presente) para cada uma das UAFs. Para o valor final, foi feito a média dos escores dado por todos os avaliadores. Tais médias foram comparadas por meio de ANOVA para identificar a associação entre o tipo de tratamento e as expressões faciais dos equinos. – RESULTADOS: Não houve associação entre HGS médio e o tratamento, assim como não se obteve associação entre nenhuma das UAFs com o tratamento. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esta pesquisa não foi capaz de identificar uma associação entre o tratamento e o HGS. Isso pode ser explicado por conta de um baixo número de animais incluídos no estudo ou porque a associação é inexistente. No entanto, são necessários um maior número de estudos em relação a este assunto, visando um conhecimento mais abrangente sobre a expressão facial equina.