INTRODUÇÃO: Uma das principais causas do descarte de matrizes suínas é por problemas locomotores. Lesões de casco são extremamente influentes na suinocultura, causando prejuízos por queda na fertilidade e redução da longevidade do plantel. – OBJETIVOS: Objetivou-se neste estudo correlacionar a presença e o tipo de lesões de casco em porcas gestantes com seu peso corporal (escore corporal visual – ECV). – MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, foram avaliadas 90 porcas gestantes de uma granja de reprodutores suídeos certificada (GRSC), localizada em Santa Catarina, no ano de 2010. O presente trabalho refere-se à análise e interpretação de dados já coletados. Foram avaliados os cascos dos membros anteriores e posteriores, unhas laterais e mediais, bem como os dedos superiores (acessórios) das porcas. A classificação adotada conforme o tipo de lesão observada pela inspeção visual foi: A – Achinelamento; CE – Crescimento Exagerado dos Cascos; DCC – Desprendimento da Coroa do Casco; DS – Lesões ou ausência de Dedos Superiores (acessórios); AP – Erosão ou rachadura de Almofada Plantar-Sola; RLB – Rachadura de Linha Branca; RMP – Rachadura de Muralha Posterior da parede do casco; e RMA – Rachadura de Muralha Anterior da parede do casco. A escala de gravidade variava entre 0 (nenhuma lesão) a 3 (lesão grave). A claudicação foi avaliada por inspeção visual direta com as fêmeas em estação e em movimento, observando presença ou ausência de claudicação, membro claudicante e escala de gravidade, que também variou de 0 e 3. – RESULTADOS: Dentre as 90 porcas, 98,2% apresentaram algum tipo de lesão de casco e os tipos de lesões mais observados foram Achinelamento e Erosão ou rachadura de Almofada Plantar-Sola. As lesões nos membros locomotores posteriores foram mais frequentes do que nos anteriores e as lesões nas unhas laterais são mais frequentes que nas mediais. Houve correlação entre o peso da porca e claudicação, tanto em estação quanto em movimento, afetando principalmente os membros posteriores (p<0,05). Entretanto, não houve correlação entre o peso (ECV) da fêmea e a maioria das lesões de casco avaliadas, com exceção da lesão de Erosão ou Rachadura de Almofada Plantar-Sola do membro Posterior Esquerdo da unha Medial (p<0,05). A maioria das fêmeas do estudo (55) encontravam-se no ECV ideal (3), o que demonstra um bom controle de peso das fêmeas por parte da granja e pode ter influenciado nos resultados obtidos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados demonstram o quanto as lesões de casco são prevalentes em fêmeas suínas gestantes no sistema de criação intensiva atual, bem como as principais lesões de casco observadas e sua distribuição nos membros locomotores destes animais.
