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O USO RACIONAL DE OPIOIDES NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO: A prescrição inadequada de analgesia opioide em departamentos de emergência é importante porta de entrada para a dependência de opioides, assunto atual e em voga nas discussões de saúde pública internacionais, especialmente após os EUA registrarem o incremento de 200% de óbitos relacionados ao uso de opioides em aproximadamente 15 anos. Além dos malefícios à saúde, usuários de opioides têm custos de saúde e utilização de recursos significativamente maiores que usuários de analgésicos simples, especialmente pacientes com uso crônico de opioides em altas doses. – OBJETIVOS: O presente trabalho consiste em avaliar se as prescrições de opioides no pronto socorro do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, PR, seguem o protocolo da instituição (Protocolo de Dor e Uso Racional de Opioides) e a escalada de dor da OMS, escalonando adequadamente a analgesia de acordo com a intensidade de dor do paciente. – MATERIAIS E MÉTODO: O estudo se caracteriza por delineamento transversal, retrospectivo e observacional. A amostra do estudo foi composta de 237 prontuários de pacientes atendidos no departamento de emergência do HUC entre 01/01/2020 e 31/01/2020. – RESULTADOS: Verificou-se que em 64,15% (n=152) dos atendimentos houve prescrição inadequada de opioides. 25,75% (n=61) foram de opioides isolados, ou seja, sem escalonamento, descalonamento ou adjuvantes. 39% das prescrições foram adicionadas de medicação adjuvante apenas na administração concomitantemente ao o opioide, sem escalonamento ou descalonamento. Em 45,45% dos atendimentos da Clínica Médica observou-se prescrição de opioide sem medicação adjuvante, entretanto com n muito baixo de atendimentos em relação às demais especialidades. A Neurocirurgia teve 39,47% dos atendimentos com prescrição de opioides isolados, seguida da Ortopedia com 23,68%, e 20,37% das prescrições da Cirurgia Geral. 56,57% dos atendimentos da Ortopedia foram de prescrições de medicação adjuvante apenas concomitantemente com opioide, sem escalonamento ou descalonamento, seguido de 34,25% da Cirurgia Geral, 27,27% da Clínica Médica e 15,78% das prescrições da Neurocirurgia. Foram gerados dados a respeito dos analgésicos mais utilizados e vias de administração. O protocolo hospitalar prevê a preferência de administração via oral em detrimento da endovenosa sempre que disponível. A prescrição de opioides VO ocorreu em apenas 5,47% dos atendimentos, e as 94,53% restantes foram estritamente via endovenosa. 66,66% das prescrições foram de tramadol EV (n=158). Dos adjuvantes, a dipirona EV foi a mais prescrita 43,59% (n=68), seguida da combinação dipirona EV+Cetoprofeno EV 41,66% (n=65). – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O número de prescrições discordantes dos protocolos de uso racional de opioides e switch oral adotados pelo hospital supera as prescrições que contemplam as normas. Estes dados podem apontar uma possível falha de informação dos processos normativos vigentes na instituição para os prescritores, bem como podem indicar a necessidade de se destacar a prática da semiologia médica como norteadora do dimensionamento da adequada analgesia e via a ser prescrita para cada paciente. Enfatiza-se a necessidade de prudência e atenção aos riscos (efeitos colaterais e possibilidade de dependência) a que os pacientes são expostos com a prescrição desnecessária de opioides.

PALAVRAS-CHAVE:

uso racional; analgésicos opióides; emergência.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão Oral:
(O4.5) PIBIC – Ciências da Saúde – GENE, FAR, FISIO : 26/10 – 08h30 – 10h30 – Auditório – Brasilio
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos da PUCPR
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

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