INTRODUÇÃO: Por conta do Brasil possuir condições ideais para o cultivo da cana-de-açúcar a indústria sucroalcooleira é muito significativa para a economia do país. Entretanto enormes quantidades de subprodutos são geradas, sendo utilizados para queima, alimentação de bovinos e produção de etanol de 2ª geração. Na composição do bagaço de cana encontra-se até 55% em massa de celulose, a qual pode ser extraída e purificada a partir de processos químicos para ter um destino de melhor valor econômico e tecnológico, visto que se pode extrair nanocristais de celulose. Este produto possui inúmeras aplicações pela possibilidade de modificar a sua superfície e pelo fato de possuir baixa densidade, proporcionar reforço mecânico, melhorar estabilidade térmica, ser de fonte renovável e biodegradável. – OBJETIVOS: Testar métodos de extração de nanocristais de celulose a partir do bagaço de cana, de forma que não fosse usado muitos produtos químicos que produzissem muitos contaminantes. – MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizado a hidrolise alcalina ou a hidrolise ácida para a extração de nanocristais de celulose. O material extraído foi caracterizado com as técnicas de MEV, FTIR e DRX, para que fosse possível compilar características do material extraído e que fosse comparado com a literatura para saber de fato chegou-se ao nanocristais de celulose. – RESULTADOS: Com a finalização das caracterizações descobriu-se que não ocorreu a remoção completa da parte amorfa da celulose, o que ocasionou na celulose microfibrilada como produto final que foi incorporado a uma matriz polimérica de PVA, um polímero compatível com a celulose. A partir disso foram feitas películas do compósito PVA/celulose microfibrilada + plastificante em diferentes concentrações, com o intuito do aditivo (microfibra de celulose) agir como reforço mecânico e melhorar as características físicas do material. Com isso foram realizados ensaios mecânicos com uma máquina de tração EMIC, a qual traz dados da resistência do material, cujos compósitos apresentaram uma melhora significativa do aumento de deformação até o momento da ruptura do material. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-se que as condições experimentais de temperatura, tempo e necessidade de alta agitação tem influência direta na extração da parte amorfa da celulose, sendo que alguma dessas condições não foram mantidas de forma efetiva podendo ter afetado a extração de cristais de nanocelulose a partir dos métodos selecionados. No entanto, foi possível extrair celulose microfibrilada. A aplicação da celulose microfibrilada foi analisada a partir da sua compatibilidade com a matriz polimérica escolhida (PVA), para o preparo de filmes compósitos com diferentes concentrações indicam que o aditivo e a presença de plastificante podem melhorar significativamente as características de deformação (%) (EMIC). A melhora dos valores de tensão não foi significativa e precisa ser reavaliada com valores corretos de plastificante. A partir dos dados reforça-se a importância da nanocelulose para a aplicação em nanocompósitos, visto que é um material de fonte renovável, biodegradável e com um grande leque de aplicações. Tendo em vista que as condições experimentais de temperatura, tempo e agitação são cruciais na remoção completa da porção amorfa da celulose, resultando na obtenção apenas da celulose microfibrilada, a qual também apresentou desempenho potencial como reforço mecânico.
(O2.3) PIBIC – Ciências Exatas: QUI, EQUI, EMEC : 25/10 – 14h00 – 16h00 – Auditório – Carlos da Costa