INTRODUÇÃO: Historicamente grupos minoritários e marginalizados buscam o direito de comunicação utilizando canais de difusão de conteúdo para gerar narrativas alternativas à grande mídia. O direito à comunicação é compreendido nos conceitos de direitos de cidadania, atrelado a democratização de informações em uma rede de apoio comunitária. A socialização de dados informativos tem apoio nessas redes comunitárias, caracterizando a comunicação popular que por sua vez foi transformada diante do cenário digital. Um novo eixo comunicativo – redes sociais – se manifestou a partir da revolução digital, o qual expande as possibilidades, inclui a troca interativa e multimodal de mensagens e documentos em massa, e facilita a formação de redes de pessoas com interesses e objetivos em comum, ampliando a esfera social. Apesar dos abrangentes cenários viabilizados pelas plataformas digitais, o afunilamento de acesso existe e persiste no sistema social. A exclusão social se reflete na exclusão digital. Para o acesso às condições de produção e consumo de bens de uso coletivo e individual, há a necessidade de apropriação de técnicas e tecnologias de comunicação. Esse caminho de envolvimento e democratização direciona a estrutura socioeconômica atual à inclusão digital, dessa forma as tecnologias digitais estão sendo apropriadas socialmente pelos habitantes tanto da cidade “formal” quanto da cidade “periférica”. – OBJETIVOS: Essa pesquisa investiga o fenômeno de apropriação que indivíduos e grupos fazem das tecnologias digitais para promover ações que impactam principalmente seu território local, em uma escala mais aproximada, bem como a cidade em uma escala mais abrangente. Essa ótica em particular parte do projeto de pesquisa de origem, o qual assume que o conteúdo gerado pelo usuário de plataformas online pode ser usado para desvendar lógicas espaciais ocultas que se manifestam em diferentes contextos e condições socioeconômicas. – MATERIAIS E MÉTODO: Buscou-se explorar os fenômenos conceitualmente e empiricamente no recorte da cidade de Curitiba, além de gerar um panorama desses movimentos dispersos. Examinaram-se duas iniciativas que possuem temáticas direcionadas a eixos diferentes, sendo uma focada em educação ambiental e outra em produtos-manifesto feministas, e que permeiam os temas urbanos direta e indiretamente nos seus posts. – RESULTADOS: O envolvimento e as movimentações populares como iniciativas de baixo para cima e ativismo online estimulam o poder e o acesso à comunicação além do acesso ao poder de construir pensamentos críticos, plurais e autônomos. O direito à comunicação e as manifestações vem sendo progressivamente explicitado com potencial para revelar retratos invisíveis da dinâmica urbana, apesar de ainda não receberem o engajamento máximo. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ambas sustentam um comunicar que permite que sejam fontes para embasamento, revelando um diálogo de oportunidades com o público que os ‘segue’. A forma de comunicação com o público tem caráter informativo e ativista.