INTRODUÇÃO: Nesta pesquisa buscamos as proposições lacanianas sobre o discurso capitalista para interrogar o que este provoca nos sujeitos contemporâneos. Para isso, o estudo busca fundamentos teóricos nas obras de Freud e Lacan. – OBJETIVOS: Colocou-se como objetivo geral analisar o efeito do discurso capitalista na subjetividade dos sujeitos contemporâneos. Já como objetivos específicos, buscou-se localizar na obra de Freud a função do prazer e da felicidade, analisar a função do discurso capitalista na obra de Lacan e, por fim, analisar a função dos objetos na cultura atual. – MATERIAIS E MÉTODO: Esta pesquisa segue o modelo de pesquisa bibliográfica, na qual foram analisados três textos de Freud: Mais além do princípio do prazer (1920/1996), O mal-estar na civilização (1930[1929]/1996) e Análise terminável e interminável (1932/1996), além de duas obras de Lacan Seminário 17 – Avesso da Psicanálise (1992 [1969/1970]) e “Conferência de Milão” proferida em 1972, em adição outros textos e obras de comentadores da área como auxílio para a compreensão de conceitos que ajudarão na conexão entre as obras principais. – RESULTADOS: Foi encontrado que o sujeito freudiano não está aparelhado para experimentar a felicidade, em toda a sua plenitude; dessa maneira o gozo cumpre o dado básico da inadequação incondicional da civilização para prover o ser falante de um bem-estar idealizado e pode ser lido como a causa estrutural da impossibilidade de felicidade na civilização; constatou-se na contemporaneidade que as pessoas buscam o consumo de objetos ofertados pela modernidade como uma forma de dar conta do vazio e da falta estrutural. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O constante estimulo ao consumo, visando o tamponamento da falta estrutural do sujeito, leva o indivíduo a uma constante sensação de insatisfação. A partir disso, há uma busca para a atingir o gozo absoluto, não importando o método utilizado. Essa jornada insaciável do ser humano, exacerbada pela contemporaneidade, resulta em um obstáculo no lidar com as faltas e com as perdas naturais do processo da vida.