INTRODUÇÃO: Na tese da mente estendida de Andy Clark, argumenta-se que os processos cognitivos não se reduzem àqueles que envolvem apenas o âmbito cerebral, e sim se estendem para o mundo, incorporando processos tanto do ambiente, incluindo objetos e seres vivos, quanto do corpo do organismo. – OBJETIVOS: Nesse sentido, a presente pesquisa buscou elucidar as possíveis implicações dessa tese para a noção de responsabilidade. Afinal, uma vez que a mente se estende para o mundo, quem ou o que se torna responsável pelas próprias ações e suas consequências? – MATERIAIS E MÉTODO: Para realizar essa discussão, portanto, em uma primeira etapa, recorreu-se a referências de Andy Clark, bem como outros autores que discorrem sobre a mente estendida, como Mason Cash e Allan Hanson, para contextualizar e contemplar o que foi abordado até o momento na literatura da área. Em um segundo momento, os argumentos abordados foram correlacionados com a tese de Nuria López, que debate as implicações e desdobramentos desta tese no âmbito jurídico brasileiro. Ainda, como proposta complementar, Hannah Arendt, Stanley Milgram e outros filósofos clássicos, como Immanuel Kant e Platão, foram abordados a fim de estabelecer uma discussão entre a responsabilidade humana individual e a atribuição da autoria para as tecnologias e ações de outros indivíduos da sociedade. – RESULTADOS: Em suma, compreendeu-se que, a partir da mente estendida, torna-se ainda mais necessário adereçar a questão da responsabilidade, bem como as variáveis que podem estar correlacionadas com a situação em questão, posto que exercem interferências na constituição dos processos cognitivos e na tomada de decisão dos sujeitos envolvidos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em outras palavras, a noção de responsabilidade enfatiza um olhar coletivo para as diversas problemáticas possíveis. Além disso, demanda diálogo no sentido da construção de métodos de transmissão e de análise de conhecimento que possam tornar os sujeitos mais conscientes de tudo o que implica seu agenciamento.