INTRODUÇÃO: A COVID-19 apresentou uma acentuada disseminação mundial, com altos números de casos confirmados e mortes em todo o mundo, gerando uma corrida em vários países para impedir a propagação da doença. A vacinação, um método comprovado que tem contribuído para o declínio da mortalidade e morbidade de várias doenças infecciosas, tem sido uma das estratégias mais direcionadas para controlar a transmissão viral e alcançar a chamada imunidade de rebanho para acabar com a pandemia de SARS-CoV2. Além da vacinação, medidas não-farmacológicas como fechamento de escolas, utilização de máscaras faciais, restrição de eventos, restrição de fronteiras e fechamento do comércio, foram adotadas com o intuito de conter a pandemia. – OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto da vacinação e medidas não-farmacológicas em diferentes países nos números mensais de novos casos e mortes por COVID-19 por meio de um estudo ecológico. – MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados: PubMed, Lilacs e Google Scholar. Os dados de vacinação, dados referentes as diferentes medidas de distanciamento aplicadas, números de novos casos e mortes por COVID-19 foram obtidos de sites governamentais e do painel da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram analisados dados do Brasil, Chile, Israel, Reino Unido e EUA. – RESULTADOS: Apesar da vacinação não reduzir a transmissão, ela se mostrou efetiva na redução mortes por COVID-19. As medidas de distanciamento e uso de máscara pode ter contribuído para reduzir a transmissão nas primeiras ondas da pandemia. Após o início da vacinação em dezembro de 2020, Israel, Reino Unido e EUA diminuíram a incidência e as mortes. O Chile apresentou um aumento de 331,3% na incidência e 136,9% nos óbitos. No Brasil houve um aumento de 45,5% na incidência e 189,3% nos óbitos entre dezembro de 2020 e maio de 2021. Entre dezembro de 2020 e maio de 2021 as medidas não farmacológicas vigentes eram semelhantes no Brasil, Chile e EUA. No Chile, apesar de ter uma proporção de pessoas plenas vacinadas maior do que no Reino Unido e nos EUA (42,3% versus 38,1 e 41,0, respectivamente), além de adotar medidas não-farmacológicas semelhantes às do EUA, houve um grande aumento na incidência e óbitos por COVID-19. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A vacinação reduziu as mortes por COVID-19, mas não o número de casos devido ao surgimento de novas variantes. Países que iniciaram a vacinação com vacinas de menor efetividade mantiveram o número de casos e mortes elevados por mais tempo quando comparados com países que adotaram medidas não-farmacológicas semelhantes.