INTRODUÇÃO: Tendo uma alta incidência em homens, principalmente a partir da sexta década de vida, o câncer de próstata (CaP) é a neoplasia mais comumente encontrada nessa população, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Devido a maior ocorrência do número de casos desse câncer, os tratamentos se aprimoraram e, tem recebido grade destaque, a cirurgia robótica. Esta opção terapêutica teve início na área da urologia no Brasil em 2008, sendo o principal procedimento da área, a prostatectomia radical. O aumento dessa adesão ocorre pois, no robô, existem benefícios mais vantajosos para o médico e paciente do que na cirurgia aberta ou laparoscópica. – OBJETIVOS: O objetivo do projeto foi verificar se existe relação entre o grau das estratificações de risco e as taxas de ereção, continência, tempo de internamento e complicações. A principal hipótese era que pacientes classificados como risco alto teriam de fato desfechos clínicos piores quando comparados com os enfermos de risco intermediário e baixo. – MATERIAIS E MÉTODO: Foi analisado retrospectivamente se a retirada da próstata por cirurgia robótica conseguia preservar as funções urinárias, ereção dos pacientes e reduzir os seus internamentos, mesmo estes tendo diferentes estadiamentos clínicos. Enquadraram-se no estudo 166 pacientes de um hospital privado de Curitiba, entre o período de março de 2020 e maio de 2022. – RESULTADOS: Foram avaliados 166 homens que tinham idade média de 66±6,7 anos, variando de 50 a 80 anos. 20 pacientes tiveram que ser excluídos ao analisar a estratificação de risco pois não possuíam os dados necessários para classificá-los. A maioria dos homens se enquadrava em risco intermediário. Quando comparado a estratificação de risco com as variáveis tempo de internamento, incontinência após 1 mês, incontinência após 3 meses e taxa de ereção, de 82 pacientes, não houve evidência de associação significativa entre os dados. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A estratificação de risco do paciente com câncer de próstata não teve relação com o tempo de internamento, função urinária e sexual do homem após a realização da prostatectomia robótica. Recomendo para estudos futuros, caso queriam avaliar a variável tempo, um acompanhamento dos pacientes por um maior período, pois grande parte dos projetos científicos evidenciaram recuperação das funções sexuais e urinárias em aproximadamente um ano após a PRRA.