INTRODUÇÃO: Os felinos são conhecidos por possuírem características e comportamentos singulares e divergentes às demais espécies. Portanto, de grande importância se faz o conhecimento das diferentes formas de comunicação desses animais frente a dor, uma vez que, o reconhecimento e a interpretação deste fenômeno são obtidos a partir da demonstração por meio de sinais para a identificação. Devido a maior incidência e o grande acometimento resultante da esporotricose, os gatos compreendem uma espécie que demandam de maiores cuidados, uma vez que, a doença gera consequências à saúde, principalmente pela gravidade, uma vez que as lesões podem ocasionar até mesmo a necrose e morte tecidual ou manifestações sistêmicas, afetando diretamente a qualidade e longevidade de vida. O ronronar é motivado por diferentes razões, desde algo amigável até a dor, sendo exemplificado por diversos autores como uma maneira de acalmar-se em casos extremos e agudos. Sendo assim, categorizar e reconhecer o comportamento é um impasse de grande importância, pois a identificação deste irá refletir no tratamento e restabelecimento do equilíbrio do organismo frente a recuperação do animal. – OBJETIVOS: O objetivo do presente estudo consistiu em avaliar a eficácia do ronronar na avaliação da dor nos felinos atendidos no projeto de esporotricose da Clínica Veterinária Escola da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). – MATERIAIS E MÉTODO: Os dados coletados abrangeram desde a busca pelas fichas dos pacientes, incluindo anamnese e avaliação das regiões lesionadas, até o acompanhamento dos animais internados na CVE-PUCPR, partindo na junção das seguintes escalas: Escala multidimensional para avaliação de dor aguda pós-operatória em gatos (BRONDANI et al., 2012), Colorado State University Veterinary Medical Center Feline Acute Pain escale (HELLYER et al., 2006) e Clinical applicability of the Feline Grimace Scale: real-time versus image scoring and the influence of sedation and surgery (EVANGELISTA et al., 2020), correlacionando a intensidade da dor com a demonstração do ronronar, além de, desenvolver e aplicar protocolos terapêuticos analgésicos que variaram conforme a intensidade da dor de cada animal. Foram avaliados 10 gatos diagnosticados com esporotricose na rotina da clínica veterinária escola. – RESULTADOS: Foi possível identificar as mudanças comportamentais resultantes de desconforto e mal-estar animal originários de acordo com as características das lesões, no qual 70% apresentavam manifestações cutâneas e 30% manifestações sistêmicas. Dados esses que apresentaram grande impacto na vida do animal acometido, de forma severa chegando até mesmo a óbito. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por meio da posição corporal, expressões faciais, mudanças comportamentais e vocalizações, foram aplicados protocolos terapêuticos analgésicos que auxiliaram a recuperação e melhoraram a qualidade de vida dos animais, chegando à conclusão de que, apesar das demais características envolvidas, houve pouca probabilidade da presença do ronronar (de acordo com o grau de desconforto demonstrado) como um dos parâmetros presentes frente a dor resultante por lesões de caráter crônico ocorridos pela esporotricose.
