INTRODUÇÃO: As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) atuam como locais de apoio à idosos que não possuam recursos financeiros e/ou suporte familiar e que necessitam de apoio, e funcionam como uma das possibilidades viáveis de cuidado à população idosa , uma vez que promove cuidado integral à saúde do idoso. No entanto, a própria institucionalização pode funcionar como um fator de risco para declínio funcional, devido ao distanciamento do idoso de seus laços familiares e de seu contexto próximo, associado a nova rotina dentro da própria instituição, o que contribui para o surgimento de depressão, reclusão social e sedentarismo. – OBJETIVOS: Objetivou-se caracterizar o perfil clínico-funcional e sociodemográfico de idosos que residiam em uma ILPI localizada na cidade de Curitiba em um período de dez anos, assim como identificar possíveis mudanças no perfil dos idosos admitidos na referida ILPI antes e durante o período do estudo. – MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado por meio de revisão de registros de admissão presentes em prontuário medico dos moradores que residiram em uma ILPI filantrópica, situada em Curitiba, PR, no período entre julho de 2010 a julho de 2020. As variáveis coletadas foram referentes a dados sociodemográficos e clínico-funcionais, com subsequente análise descritiva dos dados. – RESULTADOS: Foram incluídos 205 idosos no estudo. A idade média de admissão foi de 70,07 anos, sendo a maioria dos indivíduos provenientes da FAS, de religião católica, branco, com grau de instrução de 0 a 3 anos, solteiro, com contato familiar, aposentado, não tabagista, não etilista, em uso de dispositivo de marcha, sem incontinências e com KATZ 1. Comparando antes de julho de 2010 e entre julho de 2010 e julho de 2020, algumas variáveis mantiveram-se prevalentes: proveniência pelo FAS, católico, branco, 0 a 3 anos de estudo, solteiro, com contato familiar, aposentado, não tabagista e não etilista, sem incontinências e com KATZ 1. Houve aumento em relação a várias medicações e comorbidades, porém, à exceção dos antidiabéticos e de diabetes, os demais não apresentaram significância estatística. No perfil clínico-funcional, predominavam as medicações anti-hipertensivas e psicotrópicas e as comorbidades cardiovasculares e transtornos mentais, as quais mantiveram-se prevalentes na análise comparativa. Desta forma, concluiu-se que o perfil clínico-funcional e sociodemográfico desta ILPI apresentou pouca diferença em 10 anos. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O perfil sociodemográfico e clínico-funcional dos idosos que residiam na ILPI analisada assemelha-se ao encontrado na literatura brasileira nos quesitos escolaridade, estado civil, independência e presença de polifarmácia e múltiplas comorbidades, e o perfil clínico-funcional e sociodemográfico desta ILPI apresentou pouca diferença em 10 anos.
