INTRODUÇÃO: A apendicite aguda está intimamente ligada à alta morbidade hospitalar, sendo uma das emergências cirúrgicas mais prevalentes no mundo. Não há consenso se uma dose diária de 2 g de ceftriaxona é necessária para o tratamento da apendicite aguda. – OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo comparar a eficácia da ceftriaxona 1 g e 2 g por dia para infecção de apêndice. – MATERIAIS E MÉTODO: Analisamos retrospectivamente a não inferioridade de 1 g versus 2 g de ceftriaxona diariamente como tratamento empírico de apendicite aguda. Enquadraram-se no estudo 290 pacientes de dois centros de referência em Curitiba, entre o período de 2017 e 2020. A mortalidade global foi o desfecho primário neste estudo e os desfechos secundários foram readmissão hospitalar, fístula abdominal e escalonamento de antibióticos. – RESULTADOS: A taxa de mortalidade e a troca de antibiótico não diferiram entre os grupos 1 g e 2 g de ceftriaxona (0,7% vs. 0%, p = 0,45; 1,5% vs. 1,2%, p = 1). A proporção de pacientes readmitidos também não apresentou disparidade estatística na comparação entre as duas doses (6,9% vs. 3,1%, p = 0,17). Não houve resultado significativo com relação as comorbidades da população de ambos os grupos. No grupo de 1 g, os pacientes eram mais velhos (36,9 vs. 32,7 anos, p = 0,016) e receberam um menor tempo de tratamento com ceftriaxona (p <0,001). A proporção de pacientes submetidos a cirurgia de emergência foi significativamente maior no grupo de 2 g (71.7% vs. 85.5%, p = 0.005). – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O tratamento empírico para apendicite aguda com ceftriaxona 1 g por dia em pacientes hospitalizados foi semelhante ao com ceftriaxona 2 g por dia em termos de falha do tratamento.
